Relaxar depois da troika? “Não podemos ser complacentes”, avisa a Comissão Europeia

Bruxelas insiste que é preciso um “compromisso sério” que garanta o equilíbrio das contas públicas e crescimento económico.

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O Governo apresenta este sábado o “documento de estratégia de médio prazo” Enric Vives-Rubio

A posição foi expressa numa curta nota assinada pelo vice-presidente da Comissão, Siim Kallas. Responsável pela pasta dos Assuntos Económicos e Financeiros em substituição de Olli Rehn, o comissário estónio elogia a “acção decisiva” do Governo de Pedro Passos Coelho para “recolocar as finanças públicas num caminho sustentável”.

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A posição foi expressa numa curta nota assinada pelo vice-presidente da Comissão, Siim Kallas. Responsável pela pasta dos Assuntos Económicos e Financeiros em substituição de Olli Rehn, o comissário estónio elogia a “acção decisiva” do Governo de Pedro Passos Coelho para “recolocar as finanças públicas num caminho sustentável”.

Deixando um elogio às “autoridades portuguesas e à capacidade de resistência e coragem dos portugueses”, Kallas reforça que “ao longo desta crise a Comissão Europeia esteve sempre ao lado de Portugal”. Mas “se por um lado este é um momento de satisfação, por outro não podemos ser complacentes”, reforça. Um aviso deixado horas antes de o Governo se reunir em Conselho de Ministros extraordinário para aprovar o “documento de estratégia de médio prazo” prometido por Passos Coelho.

“Para alcançar uma recuperação mais robusta e para diminuir os níveis de desemprego que continuam inaceitáveis”, entende, “é essencial que, nos próximos meses e anos, se mantenha um compromisso sério com as políticas de rigor orçamental e com as reformas necessárias ao crescimento”.

No mesmo balanço onde elogia os “progressos significativos” que diz terem sido feitos por Portugal para corrigir os “desequilíbrios económicos que há muitos anos estrangulavam o país”, o comissário europeu reconhece de forma implícita que as bases da economia não estão totalmente consolidadas. “Continuaremos a apoiar o país e a encorajar Portugal nos seus esforços para construir uma base económica mais sólida para o futuro dos seus cidadãos”, assegura.

Neste comunicado oficial, Bruxelas nada diz sobre a estratégia de “saída limpa” do programa, nem à subestimação da recessão económica, o único erro admitido pela Comissão Europeia em relação ao programa português.