Erdogan fez-se, de novo, um alvo

Quando um dirigente político minimiza uma tragédia, pode tornar-se mais uma das suas vítimas. Erdogan não foi o primeiro nem será o último a quem tal aconteceu, mas a forma como reagiu à explosão na mina de Goma não o vai largar tão cedo, a menos que recorra a uma vaga de repressão armada na Turquia. E esse acto, a acontecer, será outro erro, ainda mais difícil de emendar. A dor mistura-se, para já, à revolta entre os mineiros e os seus familiares, que apontam o dedo aos políticos e os culpam pela incúria e pela falta de segurança nas minas. Dizer, como disse Erdogan, que desastres nas minas sempre houve, afirmando que os acidentes de trabalho “fazem parte da natureza do processo” (apesar de prometer um inquérito sobre o assunto) foi o mesmo que despejar gasolina numa fogueira. E essa fogueira é a do descontentamento face ao governo, aos políticos e ao actual estado de coisas. Erdogan fez-se, de novo, um alvo.

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Quando um dirigente político minimiza uma tragédia, pode tornar-se mais uma das suas vítimas. Erdogan não foi o primeiro nem será o último a quem tal aconteceu, mas a forma como reagiu à explosão na mina de Goma não o vai largar tão cedo, a menos que recorra a uma vaga de repressão armada na Turquia. E esse acto, a acontecer, será outro erro, ainda mais difícil de emendar. A dor mistura-se, para já, à revolta entre os mineiros e os seus familiares, que apontam o dedo aos políticos e os culpam pela incúria e pela falta de segurança nas minas. Dizer, como disse Erdogan, que desastres nas minas sempre houve, afirmando que os acidentes de trabalho “fazem parte da natureza do processo” (apesar de prometer um inquérito sobre o assunto) foi o mesmo que despejar gasolina numa fogueira. E essa fogueira é a do descontentamento face ao governo, aos políticos e ao actual estado de coisas. Erdogan fez-se, de novo, um alvo.