Novo medicamento contra hepatite C disponível em Portugal em Junho
Infarmed está a terminar a avaliação do fármaco, mas defende que é preciso negociar o valor com a farmacêutica. O tratamento custa cerca de 48 mil euros para apenas três meses.
O presidente do Infarmed, Eurico Castro Alves, adiantou ao Diário de Notícias que a avaliação do custo/benefício do medicamento em causa será concluída no prazo de um mês. Depois, explicou, será altura de negociar o preço a pagar pelo fármaco com a indústria farmacêutica e decidir quantos doentes poderão ser tratados.
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O presidente do Infarmed, Eurico Castro Alves, adiantou ao Diário de Notícias que a avaliação do custo/benefício do medicamento em causa será concluída no prazo de um mês. Depois, explicou, será altura de negociar o preço a pagar pelo fármaco com a indústria farmacêutica e decidir quantos doentes poderão ser tratados.
O medicamento em causa custa cerca de 48 mil euros para um tratamento de apenas três meses, o que atrasou a decisão de o ver comparticipado pelo Serviço Nacional de Saúde e justifica que os critérios de inclusão no protocolo sejam apertados. Segundo Eurico Castro Alves, está neste momento a ser estudado um sistema semelhante ao utilizado na Hungria, em que os doentes são classificados em vários itens por pontos, de modo a definir prioridades.
Haverá, segundo o Diário de Notícias, pelo menos mais de 80 doentes a aguardar pelo fármaco que tem mostrado resultados promissores: cerca de 90% das pessoas ficam curadas, mesmo em estados mais avançados de hepatite C, pelo que se evitam outras intervenções complexas, como o transplante hepático. Mas Eurico Castro Alves defende que, mesmo com estes resultados, a farmacêutica que já comercializa o medicamento está a pedir um preço demasiado elevado, pelo que deverá ser renegociado. Há também outro laboratório que aguarda aprovação de um medicamento semelhante.
Até agora, o Infarmed já reuniu com um grupo de peritos internacionais e, na quarta-feira, com um conjunto de mais de 20 especialistas portugueses. Isto porque a autoridade entende que os clínicos serão fundamentais na hora de definir e cumprir os critérios de eleição para se fazer o medicamento. O próximo encontro será com os hospitais que tratam a doença, para garantir que as regras são as mesmas em todo o país e que as unidades se responsabilizam por cumprir o que for definido.
Ao todo, em 2013 a doença custou ao Estado dez milhões de euros só em tratamento. Para este ano estava prevista uma verba adicional de cinco milhões, que deverão ser reforçados em 2015 perante a entrada de novos tratamentos. Estima-se que existam no país entre 100 a 150 mil portadores da doença, sendo que apenas 30% sabem que estão infectados e destes, 30% a 40% são tratados. Em muitos casos, a doença causada por um vírus não dá sintomas, sendo por isso detectada em estados mais avançados.