Banif inicia operação de aumento de capital de 138,5 milhões de euros na sexta-feira
Os accionistas terão prioridade nesta oferta pública.
No documento de 431 páginas enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, o banco, que recebeu apoio do Estado, refere que a emissão de novas acções até 138,5 milhões de euros, decidida pelo conselho de administração no mês passado, tem por objectivo concluir o aumento de capital acordado com o Estado.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
No documento de 431 páginas enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, o banco, que recebeu apoio do Estado, refere que a emissão de novas acções até 138,5 milhões de euros, decidida pelo conselho de administração no mês passado, tem por objectivo concluir o aumento de capital acordado com o Estado.
Os accionistas do Banif terão prioridade nesta oferta pública, vendo atribuídas a si "as novas acções em proporção das acções do Banif por si detidas à data de referência, na proporção de uma acção por cada 7,34917036 acções detidas", sendo os resultados conhecidos a 2 de Junho.
Aquando do anúncio da oferta pública, a 14 de Abril, o presidente executivo do Banif, Jorge Tomé, disse que, apesar desta decisão, o banco continua em negociações com a Guiné Equatorial para a eventual entrada de uma empresa do país (de gás ou de petróleo) ou do fundo soberano da Guiné Equatorial no capital do banco.
Segundo o memorando de entendimento inicialmente acordado, a Guiné Equatorial poderia injectar cerca de 133 milhões de euros no Banif, equivalente a uma participação de 11%.
Jorge Tomé afirmou, na altura, que a administração tomou a decisão de avançar com esta oferta pública "considerando as condições do mercado" que melhoraram nas últimas semanas, mas adiantou que não está posta de parte a possibilidade de a Guiné Equatorial subscrever acções nesta operação, que serão colocadas à venda a um cêntimo.
Em Janeiro de 2013, o Estado injectou 1100 milhões de euros no Banif, ficando como accionista maioritário, sendo que 700 milhões foram em acções e 400 milhões em instrumentos de dívida convertíveis em acções, as chamadas CoCo bonds, pelas quais o banco paga um juro anual que começa a 9,5%.
Em troca, o banco ficou obrigado a fazer pagamentos regulares ao Estado para recomprar parte das CoCo, tendo já devolvido 275 milhões de euros.
Ainda como contrapartida pela ajuda do Estado, o Banif ficou obrigado a realizar um aumento de capital de 450 milhões de euros junto de investidores privados, com o objectivo de reduzir a participação estatal para 60,57% do capital e 49,41% dos direitos de voto.
Até ao momento, o Banif arrecadou 311,4 milhões de euros em quatro aumentos de capital, detendo o Estado português 68,8% do banco, faltando o restante para sair do controlo público.
São os restantes 138 milhões de euros que o banco quer agora ir buscar ao público em geral através da oferta pública de subscrição.
Em 2013, o Banif teve prejuízos de 470,3 milhões de euros, naquele que foi o terceiro ano consecutivo de resultados negativos, ainda assim menos 19,5% do que os 584,2 milhões de euros de 2012.