Manifestantes anti-China incendeiam fábricas no Sul do Vietname

Os países da ASEAN recusaram criar uma frente comum contra as reivindicações de Pequim no Mar do Sul da China.

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Também nas Filipinas se realizam manifestações contra a China, que reclama uma parte das ilhas Spratly, e o Governo de Manila acusou Pequim de estar a preparar, na zona, uma construção, possivelmente de uma pista de aviação militar offshore, violando o pacto regional de não-agressão. Manila divulgou imagens aéreas que mostram os chineses a concentrar material no que parece ser uma plataforma numa área das ilhas Spratly. 

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Também nas Filipinas se realizam manifestações contra a China, que reclama uma parte das ilhas Spratly, e o Governo de Manila acusou Pequim de estar a preparar, na zona, uma construção, possivelmente de uma pista de aviação militar offshore, violando o pacto regional de não-agressão. Manila divulgou imagens aéreas que mostram os chineses a concentrar material no que parece ser uma plataforma numa área das ilhas Spratly. 

O aumento da tensão na região foi o tema central da cimeira da Associação dos Países do Sudeste Asiático (ASEAN), que terminou na Birmânia, onde os líderes se comprometeram em não tomar decisões que possam criar hostilidade e onde foi rejeitada a proposta das Filipinas e do Vietname de criação de uma frente regional contra as aspirações territoriais da China.

A China tem vindo a reivindicar — de forma cada vez mais efectiva — um território no mar do Sul da China que abrange zonas que outros países consideram suas ou que estão, há anos, em disputa. O conflito latente atinge o Japão, a Malásia, as Filipinas, o Vietname, o Brunei e Taiwan. Algumas áreas são disputadas por vários países: por exemplo, as ilhas Paracel são reivindicadas por Vietname, China e Taiwan. Desde o final da década de 1970 que há estudos que apontam para a existência de consideráveis reservas de petróleo e de gás natural na zona. 

A construção da plataforma perfuradora nas águas disputadas levou, na semana passada, a uma subida de tom no conflito entre Hanói e Pequim. As agências noticiosas deram conta de vários choques entre embarcações chinesas e vietnamitas e a BBC relata que houve tiros de advertência (sem munições) e que há muitos navios na área, sobretudo da guarda costeira dos dois países. 

Em declarações aos jornalistas, o chefe da polícia de Thaun An, na província de Ninh Duong, no Sul do Vietname, disse que na segunda-feira um grupo de cerca de 19 mil homens se juntou e, na terça-feira, ateou fogo a fábricas do Parque Industrial Vietnamita de Singapura. Ali, a maior parte das fábricas é de proprietários estrangeiros e os alvos foram as unidades de chineses. Outras fontes disseram que os manifestantes tinham bandeiras vietnamitas e gritaram frases de teor nacionalista, ficando no final 15 fábricas destruídas e outras danificadas.

O Governo de Hanói condenou o ataque. Em Pequim, um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros anunciou que tinha sido feito um protesto formal a Hanói e classificou as atitudes vietnamitas de “provocadoras”.

Na reunião da ASEAN, a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Hua Chunying, disse que as disputas de soberania da China no Sudeste Asiático não representavam um problema e que Pequim está disponível para continuar a trabalhar para a aplicação da declaração de conduta na região.