Mais risco no fundo de estabilização
Por decisão do Governo tomada em Julho de 2013 (uma das últimas assinadas por Vítor Gaspar como ministro das Finanças), o fundo deverá aumentar até ao final deste ano a sua exposição aos títulos de dívida pública portuguesa dos pouco mais de 50% que detinha em 2013 para mais de 90%.
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Por decisão do Governo tomada em Julho de 2013 (uma das últimas assinadas por Vítor Gaspar como ministro das Finanças), o fundo deverá aumentar até ao final deste ano a sua exposição aos títulos de dívida pública portuguesa dos pouco mais de 50% que detinha em 2013 para mais de 90%.
A razão para a decisão é óbvia. Desta forma, o Estado ganha um investidor na sua dívida que está disponível (e mesmo obrigado) a apostar mais cerca de 4000 milhões de euros na dívida pública portuguesa, tornando mais fácil o processo de regresso aos mercados.
O potencial para problemas também é bastante evidente. Ao ficar com mais de 90% do seu dinheiro em títulos de dívida portuguesa, o fundo de capitalização da segurança social fica sujeito a enfrentar perdas severas na eventualidade de uma nova crise grave que faça baixar bruscamente o valor dos títulos portugueses ou, ainda mais grave, no caso de o Estado entrar em situação de default.
Nessa circunstância extrema, o fundo criado para ocorrer a situações de emergência em que deixa de haver dinheiro para pagar as pensões veria o capital detido desaparecer exactamente no momento em que seria mais provável que precisasse de usá-lo.