Directores dizem que os exames do 4.º e do 6.º ano vão fechar as escolas aos restantes alunos
Pela primeira vez, os alunos fazem os exames finais do 1.º e do 2.º ciclos nos mesmos dias, segunda e quarta-feira, ainda com as actividades lectivas a decorrer.Os directores dizem que na maior parte das escolas será impossível acolher os estudantes do 5.º, 7.º, 8.º e 9.º anos. Os pais protestam.
Em Maio de 2013, os exames do 4.º ano, que se realizaram pela primeira vez depois de uma interrupção de décadas, já obrigaram ao encerramento pelo menos parcial de muitas escolas sede de agrupamento, onde as crianças do 1.º ciclo foram concentradas para fazer as provas de Matemática e de Português. Este ano, os exames que marcam o fim do 1.º e do 2.º ciclos realizam-se pela primeira vez em Maio e nos mesmos dias. Na segunda-feira, são feitas as provas nacionais de Português – a do 4.º ano às 9h30 e a do 6.º às 14h; na quarta, às mesmas horas e pela mesma ordem, os alunos fazem as provas de Matemática.
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Em Maio de 2013, os exames do 4.º ano, que se realizaram pela primeira vez depois de uma interrupção de décadas, já obrigaram ao encerramento pelo menos parcial de muitas escolas sede de agrupamento, onde as crianças do 1.º ciclo foram concentradas para fazer as provas de Matemática e de Português. Este ano, os exames que marcam o fim do 1.º e do 2.º ciclos realizam-se pela primeira vez em Maio e nos mesmos dias. Na segunda-feira, são feitas as provas nacionais de Português – a do 4.º ano às 9h30 e a do 6.º às 14h; na quarta, às mesmas horas e pela mesma ordem, os alunos fazem as provas de Matemática.
Normalmente, os exames são feitos depois do fim do 3.º período de aulas. A antecipação das provas do 6.º ano para Maio, contudo, já estava prevista, de modo a permitir o período de recuperação, de que já beneficiaram há um ano os alunos do 4.º. O objectivo do Ministério da Educação e Ciência é permitir recuperar os estudantes que revelem dificuldades e que, depois de um período extra de aulas, poderão repetir as provas na 2.ª fase de exames, a 9 (Português) e 14 de Julho (Matemática).
“A necessidade de suspender as aulas depende de vários factores – do número de alunos, do tamanho da escola, de esta ser constituída por um edifício único ou por blocos, do número de vigilantes necessários – mas creio que na maior parte dos estabelecimentos não será possível garantir as condições de realização dos exames e as actividades lectivas dos restantes alunos, simultaneamente”, comentou Filinto Lima, da Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP). Na escola que dirige, em Gaia, onde fazem exame 226 alunos do 4.º ano e 208 do 6.º (vigiados por 44 e por 58 professores, respectivamente) os pais e encarregados de educação dos restantes estudantes já foram avisados de que não haverá aulas. “Lamentamos a situação, mas não há alternativa – nem seria possível garantir o sossego e o silêncio nem teríamos professores em número suficiente para constituir o secretariado de exames, fazer as vigilâncias e dar aulas”, disse dirigente da ANDAEP.
Director de um agrupamento do interior do país, em Cinfães, Manuel Pereira, presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE), viu-se numa situação ainda mais complicada. Foi obrigado a pedir a colaboração da câmara municipal para ficar com os alunos do 6.º ano enquanto os do 4.º fazem as provas. Isto porque, dada a dispersão dos locais de residência dos alunos, as crianças só têm transporte para a EB 2,3 e de regresso a casa ao princípio da manhã e ao fim da tarde, respectivamente. Assim, se os do 5.º, 7.º, 8.º e 9.º anos ficam em casa (ou fazem visitas de estudo), os do 6.º ano serão conduzidos à escola mas não poderão lá ficar durante a manhã. A solução foi deslocá-los para a biblioteca e auditório municipais, onde aguardarão pelas 14h00 de segunda e quarta. Nessa hora, já os alunos do 4.º terão regressado às respectivas escolas do 1.º ciclo, em transporte também assegurado pela autarquia.
“Naturalmente que a situação não nos agrada, mas, se tinha de se fazer os exames do 4.º e do 6.º durante o período lectivo, antes nos mesmos dias que em dias diferentes. A confusão acabaria por ser maior”, considerou Manuel Pereira.
Tanto Isabel Gregório, da Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação (CNIPE), como Jorge Ascenção, da Confederação Nacional de Associações de Pais (Confap), criticaram a opção das direcções escolares que optaram por fechar portas a parte dos alunos. “Mais uma vez, ministério e escola deixam os problemas para os pais resolverem”, lamentou Isabel Gregório sublinhando que, além disso, o encerramento das escolas “encurta ainda mais o 3.º período, com prejuízo para os alunos”.