Ministro da Defesa diz que "alterações" na manutenção não prejudicaram segurança das missões

Aguiar-Branco contesta declarações do comandante de esquadra em que afirmara que a manutenção dos C-130 está a ser adiado devido a restrições orçamentais.

O ministro respondia ao deputado do PS José Lello, na comissão parlamentar de Defesa, que tinha confrontado o governante com declarações públicas do comandante da Esquadra 501, no passado dia 28, afirmando que o programa de manutenção dos aviões C-130 está a ser adiado devido às restrições orçamentais.

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O ministro respondia ao deputado do PS José Lello, na comissão parlamentar de Defesa, que tinha confrontado o governante com declarações públicas do comandante da Esquadra 501, no passado dia 28, afirmando que o programa de manutenção dos aviões C-130 está a ser adiado devido às restrições orçamentais.

"É natural que num ano e num período excepcional tenha havido algumas alterações, no que diz respeito a períodos para essas manutenções serem feitas. Cabe no âmbito de gestão de cada ramo manter o nível de operacionalidade fundamental para cumprir aquilo que são as missões prioritárias", declarou Aguiar-Branco.

José Pedro Aguiar-Branco recusou no entanto que as alterações nos programas de manutenção tenham posto em causa o cumprimento das missões ou as condições de segurança em que são cumpridas, desafiando os deputados a "apontar algum chefe" que assuma o contrário.

"Eu desafio a apontar algum chefe se cumpre alguma missão sem estarem reunidas as condições de segurança para que a mesma seja efectuada", disse.

O deputado do PCP Jorge Machado tinha também pedido um esclarecimento ao ministro da Defesa sobre os "problemas quanto à prontidão, manutenção e treino" e sobre o "descontentamento dos próprios militares" da Força Aérea, classificando como "inédito no país" a "adesão em massa" de "dois terços [99 pilotos] dos pilotos aviadores à Associação de Oficiais das Forças Armadas".

Aguiar-Branco considerou que "se quis fazer ruído em torno das horas de voo e da disponibilidade dos meios e treinos da Força Aérea", frisando que "voou-se mais em 2013 do que em 2012" e que em 2014 o número de horas atribuídas será ainda superior.

Em 2012, o número de horas atribuídas foi de cerca de 15 mil e o número de horas voadas foi superior em 140. Em 2013, o número de horas atribuídas foi de 16.400 e o número de horas voadas foi de 16.373. Em 2014, o número de horas atribuídas em 2014 é de 18.052.

Quanto à Esquadra 501, dos C-130, Aguiar-Branco disse que teve 850 horas atribuídas em 2012 e voou 863. Em 2013, teve 950 horas atribuídas e voou 944 e, para 2014, tem atribuídas 1200 horas de voo, acrescentou Aguiar-Branco.

No fim de semana passado, a AOFA divulgou um comunicado referindo que "se passou de 25.000 horas de voo, treino, para 15.000 atualmente".