As pernas de David já não aguentam o peso da escultura de Miguel Ângelo
Obra corre o risco de ruir, alertam os especialistas.
Em causa está a própria inclinação da escultura que pode pôr em perigo a integridade da própria obra, alerta o estudo feito pelo Conselho Italiano de Investigação (CNR ) em parceria com a Universidade de Florença. Segundo os especialistas, a inclinação é de 5 graus mas o peso da escultura que é 5,5 toneladas faz com que a pressão na parte inferior da obra provoque a sua degradação ao longo do tempo, em especial na perna direita, que suporta grande parte da obra.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Em causa está a própria inclinação da escultura que pode pôr em perigo a integridade da própria obra, alerta o estudo feito pelo Conselho Italiano de Investigação (CNR ) em parceria com a Universidade de Florença. Segundo os especialistas, a inclinação é de 5 graus mas o peso da escultura que é 5,5 toneladas faz com que a pressão na parte inferior da obra provoque a sua degradação ao longo do tempo, em especial na perna direita, que suporta grande parte da obra.
Este não é no entanto um problema de agora. A escultura de mármore foi criada entre 1501 e 1504 por Miguel Ângelo e ao longo dos séculos foi alvo de algumas intervenções para se manter em bom estado de conservação. As fissuras que agora parecem comprometer a obra foram sendo cobertas com gesso mas têm tendência a reaparecer.
Segundo a BBC, estas fissuras são mais visíveis nos tornozelos da estátua de cinco metros de altura. Mas de acordo com os investigadores, muito se deve ao facto de a estátua ter estado exposta por mais de três séculos na praça principal de Florença. Em 1873 a obra foi transferida para a Galeria da Academia, onde tem estado até hoje em exposição ao público.
Giacomo Corti, um dos investigadores envolvidos neste estudo, explicou ao La Repubblica que a inclinação que agora ameaça a estátua terá sido causada pela “escassa uniformidade” do plinto onde assentava a estátua entre 1504 e 1873, altura em que permaneceu ao ar livre em frente ao Palazzo Vecchio (Palácio Velho) na Praça da Senhoria. Nos últimos anos, a obra foi alvo de múltiplas limpezas e análises.
A última vez que David foi sujeito a uma grande intervenção de restauro foi em 2004.