Observador da OSCE libertado no Leste da Ucrânia, sete ainda estão detidos
Um dos representantes da OSCE foi libertado na tarde deste domingo. Decorrem contactos entre a organização e os rebeldes pró-russos. Separatistas ocuparam a delegação da televisão ucraniana em Donetsk.
Uma porta-voz do grupo pró-russo que controla Slaviansk disse que o observador libertado tem nacionalidade sueca e a sua libertação se justifica por sofrer de diabetes. Questionada sobre se seria o único a ser libertado, Stella Korosheva respondeu, segundo a Reuters: "Sim".
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Uma porta-voz do grupo pró-russo que controla Slaviansk disse que o observador libertado tem nacionalidade sueca e a sua libertação se justifica por sofrer de diabetes. Questionada sobre se seria o único a ser libertado, Stella Korosheva respondeu, segundo a Reuters: "Sim".
Na manhã deste domingo, os observadores da OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação da Europa) foram apresentados à imprensa e o líder do grupo de oito – inicialmente foi anunciado que eram sete, a que se somará o tradutor – disse que “todos" estavam "bem de saúde”. Axel Schneider, coronel alemão, acrescentou que nenhum sofreu maus-tratos físicos e que recebeu garantias de segurança do líder separatista local, Viatcheslav Ponomarev.
"Somos representantes da OSCE, com um estatudo diplomático", disse Schneider. O militar alemão acrescentou que, quando foram detidos, os observadores estavam a fazer o seu trabalho, dentro das regras da organização, desarmados.
Os observadores que continuavam ao fim da tarde detidos pelos separatistas pró-russos são três alemães, um dinamarquês, um polaco e um checo. Estavam na região no âmbito de uma missão da OSCE e foram acusados pelos sequestradores de espionagem a favor da Aliança Atlântica, a NATO. O grupo interceptado por separatistas inclui ainda quatro militares ucranianos. No sábado foi anunciado que um dos 13 elementos do grupo, o condutor, foi libertado.
“Desejamos do fundo do nosso coração voltar aos nossos países tão breve e tão depressa quanto possível”, declarou Axel Schneider, citado pela Reuters, no encontro com a imprensa realizada no edifício da administração municipal de Slaviank.
Os observadores, segundo a descrição das agências noticiosas, entraram na sala onde decorreu o encontro atrás do líder separatista local, Viatcheslav Ponomarev. A conversa com a imprensa decorreu na presença de guardas vestidos de camuflado e armados com espingardas automáticas Kalashnikov.
“Na nossa cidade, que está em guerra, todo o pessoal militar que não tem a nossa autorização [para estar] é considerado prisioneiro de guerra”, disse, no sábado, Viatcheslav Ponomarev que, segundo a AFP, rejeitou na mesma altura o uso do termo “refém”. Os observadores disse, “não são nossos reféns, são nossos convidados".
“Os soldados são reféns da situação, mas penso que tudo ficará bem. Vamos chegar a alguma forma de acordo”, afirmou também. O líder separatista de Slaviansk, uma das cidades do Leste da Ucrânia controlada por pró-russos, tem feito depender a partida dos observadores da libertação pelas autoridade ucranianas de militantes da sua causa.
Ao longo deste domingo têm decorrido contactos entre uma delegação da OSCE enviada para discutir a libertação e rebeldes pró-russos. O grupo detido em Slaviansk faz parte de uma missão de cerca de cem observadores enviados pela OSCE para o Leste da Ucrânia.
A Reuters noticiou entretanto que separatistas ocuparam a delegação regional da televisão estatal ucraniana na cidade de Donetsk. "Dizem mentiras, tentam influenciar as pessoas, fazem desinformação", disse um dos homens mascarados que montou guarda à entrada do edifício. Os pró-russos já controlavam os edifícios da administração central na cidade.
Na segunda-feira prevê-se que os EUA e a União Europeia imponham sanções à Rússia, a qual responsabilizam pela crise ucraniana. Obama repetiu este domingo a ideia de que os EUA e a Europa devem juntar esforços como forma de pressão para levar a Rússia a travar a desestabilização do leste da Ucrânia. O Presidente dos EUA disse que as autoridades de Moscovo não só não “levantaram um dedo” para levar os separatistas pró-russos a desarmarem e a desocuparem edifícios públicos que ocupam como “há fortes provas de que encorajam as suas actividades” – o que a Rússia sempre tem negado. Declarações de responsáveis norte-americanos e europeus indicam que as sanções poderão ser anunciadas nesta segunda-feira.