Abdullah e Ghani irão disputar a segunda volta das presidenciais afegãs
O antigo chefe da diplomacia foi o candidato mais votado, mas os pashtun, a maior etnia do Afeganistão, deverão agora concentrar os seus votos em Ghani.
Abdullah, antigo ministro dos Negócios Estrangeiros, é de etnia mista, pashtum e tajique, mas é olhado pela população como tajique, o que deverá levar a maior etnia do país a concentrar os votos no seu adversário.
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Abdullah, antigo ministro dos Negócios Estrangeiros, é de etnia mista, pashtum e tajique, mas é olhado pela população como tajique, o que deverá levar a maior etnia do país a concentrar os votos no seu adversário.
Antigo colaborador de Ahmed Massoud, o líder da Aliança do Norte que combatia os taliban e que foi assassinado em 2001, Abdullah foi a grande surpresa destas eleições (foram a 5 de Abril) ao começar a emergir como possível vencedor logo nas primeiras contagens, deixando para trás por larga margem o candidato "oficial", Zalmai Rassoul. Este é uma figura próxima do actual Presidente, Hamid Karzai, que queria vê-lo como sucessor, mas os resultados provisórios colocam-no no terceiro lugar e muito longe dos dois primeiros — não deverá ultrapassar 11,5% dos votos.
Abdullah, tudo indica, irá enfrentar o economista Ashraf Ghani, que já foi ministro das Finanças — entre Junho de 2002 e Dezembro de 2004, tendo posto em prática um programa que tentou recuperar a economia do país após a derrota dos taliban—- e presidente da Universidade de Cabul. É pashtun e pertence à influente tribo ahmadzai, nome que muitas vezes também surge como seu apelido, enquanto nome tribal.
A Comissão Eleitoral Independente anunciou que os resultados definitivos só deverão ser divulgados a 14 de Maio, depois de terem sido averiguadas todas as queixas de fraude eleitoral, pelo que a segunda volta está prevista para o final desse mês.