Alberto João Jardim diz ser necessária uma nova revolução
Presidente do Governo Regional da Madeira reclama “um 26 de Abril”.
“Estamos também a assistir a uma regressão social depois do 25 de Abril”, disse Jardim, que, criticando as “políticas erradas da União Europeia”, se declarou “ao dispor para um 26 de Abril". O governante definiu-se como um “oposicionista ao regime constitucional, porque é uma Constituição não referendada, que é um cocktail de liberalismo, marxismo e corporativismo e, portanto, não podia funcionar”, concluindo que esta “nega ao povo o poder soberano de poder referendá-la”.
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“Estamos também a assistir a uma regressão social depois do 25 de Abril”, disse Jardim, que, criticando as “políticas erradas da União Europeia”, se declarou “ao dispor para um 26 de Abril". O governante definiu-se como um “oposicionista ao regime constitucional, porque é uma Constituição não referendada, que é um cocktail de liberalismo, marxismo e corporativismo e, portanto, não podia funcionar”, concluindo que esta “nega ao povo o poder soberano de poder referendá-la”.
Sobre a não celebração do 25 de Abril nos últimos anos no Parlamento madeirense, Jardim justificou que “sempre foi tradição a Madeira integrar-se nas celebrações nacionais”. E, sobre o facto de não terem sido permitidas intervenções políticas por parte dos partidos representados na assembleia —o que levou os deputados do PTP, CDU, PND e MPT a não marcarem presença na sessão —, Jardim argumentou que esta “não é uma sessão parlamentar, é uma sessão solene”. Segundo o governante, dar a palavra aos partidos “era voltar outra vez a uma espécie aquela pretensão comunista de poder popular em que se mostrava a democracia parlamentar com resquícios de totalitarismos”.
Orador convidado para assinalar os 40 anos do 25 de Abril, Viriato Soromenho Marques afirmou na sessão desta sexta-feira que a causa da crise “está no funcionamento medíocre da democracia que cedeu mais à sedução dos poderosos do que à defesa das instituições que garantem a soberania popular”.
Numa intervenção alusiva ao Portugal democrático e a crise europeia, o professor catedrático diagnosticou a “agonia lenta da zona euro” que compromete o projecto europeu, sublinhando que “a causa da crise não está nos mercados, mas sim no voluntário silenciamento das posições públicas de regulação desses mercados”. E criticou as simpatias dos Estados para com o sistema financeiro.
A revolução dos cravos é esta sexta-feira pela primeira vez celebrada pela câmara do Funchal, que deixou de ser gerida pelo PSD, com uma sessão em que intervém o coronel Sousa e Castro, em representação da Associação 25 de Abril.