48 corpos encontrados numa só cabine do ferry sul-coreano afundado
Famílias das vítimas exigem que o resgate esteja concluído no fim-de-semana, mas o mau tempo e as correntes fortes dificultam o trabalho dos megulhadores.
Já foram retirados do navio afundado 183 corpos, mas há ainda um número muito elevado de desaparecidos. A bordo estavam 476 pessoas, 352 delas estudantes do 11.º ano de um liceu dos arredores de Seul (a capital).
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Já foram retirados do navio afundado 183 corpos, mas há ainda um número muito elevado de desaparecidos. A bordo estavam 476 pessoas, 352 delas estudantes do 11.º ano de um liceu dos arredores de Seul (a capital).
Na operação de resgate de corpos participam 90 mergulhadores, esclareceu a Marinha que adiantou ainda que apenas 35 das 111 cabines do navio foram revistadas — a operação, foi dito, será demorada.
Numa conferência de imprensa na ilha de Jindo (Sul da Coreia do Sul), junto da qual o barco se voltou, naufragando em duas horas, o capitão Kim Jin-Hwang explicou que o facto de estarem 48 corpos numa cabine sugere que ali se refugiaram quando o navio tombou.
O capitão disse aos jornalistas que o resgate dos corpos vai demorar. “É muito duro”, disse Kim explicando que os mergulhadores estão conscientes das críticas — sobretudo por parte das famílias dos adolescentes desaparecidos que exigem que todos os corpos sejam recuperados até ao fim deste fim-de-semana— devido à demora da operação. Os mergulhadores não podem estar mais de dez minutos dentro do navio de cada vez que submergem. “Imaginem uma sala de pernas para o ar. Está tudo a flutuar e é difícil percebermos exactamente onde os corpos estão”, explicou à Associated Press um dos mergulhadores. Mergulhadores profissionais e voluntários participam na operação.
O Governo anunciou a mobilização de “todos os recursos disponíveis” para o resgate dos corpos, mas o mau tempo e as correntes fortes dificultam o processo.
A investigação às causa da tragégia prossegue, com os técnicos a centram-se nas modificações que foram feitas no navio para averiguarem se as mudanças tornaram a estrutura mais instável. Na imprensa sul-coreana surgiram notícias relativas a alterações nas estruturas dos camarotes entre 2012 e 2013 e os especialistas ouvidos disseram que essa mudança poderá ter alterado o equilíbrio do navio.
O ferry começou a afundar depois de uma viragem brusca, e estava um terceiro oficial inexperiente aos comandos. O capitão não se encontrava na ponte e, juntamente com dez tripulantes, foi preso, acusado de não ter accionado a tempo os mecanismos de salvamento e tendo dado ordens erradas — os botes salva-vida não foram descidos e, a dado momento, os passageiros forma enviados para as cabines.