Juncker quer incluir dimensão social nos programas de ajuda externa
“Os efeitos sociais das reformas estruturas têm de ser debatidos em público”, defendeu o candidato à sucessão de Durão Barroso
Para o veterano dos líderes da UE – quase 19 anos primeiro ministro do Luxemburgo – é preciso “reequilibrar” a forma como é concedida a ajuda externa e são definidas as condições de ajustamento económico e financeiro associadas, de forma a que em paralelo com o objectivo da sustentabilidade orçamental, seja também tido em conta o respectivo impacto social.
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Para o veterano dos líderes da UE – quase 19 anos primeiro ministro do Luxemburgo – é preciso “reequilibrar” a forma como é concedida a ajuda externa e são definidas as condições de ajustamento económico e financeiro associadas, de forma a que em paralelo com o objectivo da sustentabilidade orçamental, seja também tido em conta o respectivo impacto social.
“Os efeitos sociais das reformas estruturas têm de ser debatidos em público”, defendeu, considerando que “não é compatível com a economia social de mercado (defendida pelo PPE) que numa crise, os armadores e os especuladores continuem cada vez mais ricos enquanto que os pensionistas deixam de poder pagar as suas necessidades diárias”. Esta questão deverá ser enfrentada com o desenvolvimento de uma “capacidade orçamental” (um orçamento específico) da zona euro para, se necessário, absorver este tipo de choques, defendeu ainda.
Se for o próximo presidente da Comissão – o que será o caso se os partidos do PPE (que incluem o PSD e o CDS) forem os mais votados nas eleições europeias de 22 a 25 de Maio – Juncker garantiu que trabalhará “dia e noite para fazer a Europa sair da crise”. O que, frisou, inclui “garantir que os europeus, sobretudo os jovens, obtém um emprego decente” e “cicatrizar as feridas que a crise infligiu aos nossos cidadãos e ao nosso continente nos últimos anos”.
“A crise dividiu a Europa, o Norte contra o Sul, o Leste contra o Oeste. E ainda por cima (dividiu-a) entre um campo de ‘austeridade’ contra um campo de ‘crescimento’”, lamentou. “Estou convencido de que tenho a experiência para reunir a Europa depois desta crise” e para fazer com que “seja aceite tanto na Alemanha como na Grécia, e em todos os outros países da UE”.