Rompuy diz que vão ser os governos a escolher sucessor de Barroso
Presidente do Conselho Europeu deixa claro que não serão os eurodeputados a escolher o futuro presidente da Comissão Europeia.
Na entrevista publicada esta segunda-feira pelo Süddeutsche Zeitung alemão, Van Rompuy sublinha que não é "um grande entusiasta" da ideia avançada por todas as grandes famílias políticas europeias de apresentar nas eleições europeias aos eleitores um candidato "líder" à sucessão de Durão Barroso.
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Na entrevista publicada esta segunda-feira pelo Süddeutsche Zeitung alemão, Van Rompuy sublinha que não é "um grande entusiasta" da ideia avançada por todas as grandes famílias políticas europeias de apresentar nas eleições europeias aos eleitores um candidato "líder" à sucessão de Durão Barroso.
Mesmo se são os Governos da UE que têm a competência de tomar esta decisão - tendo em conta os resultados das eleições europeias, segundo estipula o Tratado de Lisboa - os eurodeputados estão a tentar impôr a sua escolha pelo facto de lhes caber "eleger" em sessão plenária o candidato dos Governos.
A ideia de cada família política apresentar um candidato ao posto é por outro lado encarada pelo PE como uma tentativa de aumentar o interesse dos cidadãos pelas eleições europeias de que estes fogem a sete pés e encaram aliás frequentemente como uma forma de castigar, sem consequências, os Governos em funções.
Para o presidente do Conselho Europeu, mesmo se o PE tem "um papel importante" neste processo, "a diferença entre o parlamento e os que realmente decidem é muito clara para os cidadãos". O que constitui uma afirmação implícita de que serão efectivamente os líderes da UE a tomar a decisão. Segundo Van Rompuy, aliás, as baixíssimas taxas de participação eleitoral dos últimos escrutínios europeus, inferiores a 50%, são um sintoma dessa compreensão dos eleitores sobre quem manda.
Segundo as últimas sondagens, os partidos democrata-cristãos do PPE deverão ser os mais votados, o que coloca o seu candidato, Jean-Claude Juncker, na linha da frente para suceder a Barroso, logo seguidos dos socialistas, que apoiam o alemão Martin Schulz.
"Se o novo presidente da Comissão não for um dos candidatos escolhidos será um total desrespeito pela democracia", considera Swoboda.