Vouzela e Murtosa juntam-se à Quercus para exigir mais atenção para a sua biodiversidade

O protocolo entre as autarquias e a Quercus vai ser assinado dia 22 de Abril, data em que se assinala o Dia Mundial da Terra.

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Protecção dos ecossistemas deve ser alvo de compensações Paulo Ricca

De acordo com o presidente da direcção nacional da Quercus, Nuno Sequeira, Portugal “apresenta uma percentagem elevada de território em área protegida e classificada”, o que se traduz numa “riqueza bastante grande a nível nacional”. Porém, estas zonas estão também sujeitas a regras mais apertadas no que diz respeito ao desenvolvimento de diferentes projectos - como os imobiliários ou de infra-estruturas - pelo que o projecto Parcerias pela Biodiversidade pretende potenciar os investimentos nestes territórios como forma de os compensar..

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De acordo com o presidente da direcção nacional da Quercus, Nuno Sequeira, Portugal “apresenta uma percentagem elevada de território em área protegida e classificada”, o que se traduz numa “riqueza bastante grande a nível nacional”. Porém, estas zonas estão também sujeitas a regras mais apertadas no que diz respeito ao desenvolvimento de diferentes projectos - como os imobiliários ou de infra-estruturas - pelo que o projecto Parcerias pela Biodiversidade pretende potenciar os investimentos nestes territórios como forma de os compensar..

Ter territórios nas áreas protegidas “traz responsabilidades acrescidas”, quer na realização de actividades, “que são muitas vezes condicionadas”, quer “no dever de conservar os valores que levaram a que uma determinada área protegida fosse considerada como tal”, diz o responsável da Quercus. Nuno Sequeira acrescenta que tem de haver uma “compensação do trabalho que é feito nestas áreas”.

A associação convidou, numa primeira fase do projecto, cerca de 20 autarquias cujos territórios estão incluídos nas áreas protegidas ou classificadas e, numa segunda fase, pretende que seja alargado a todas as áreas protegidas, adianta.

O presidente do município de Vouzela, Rui Ladeira explica que este projecto passa por “aumentar a área protegida e conferir uma maior visibilidade à mesma” e também por “premiar quem faz floresta de qualidade e traz resultados financeiros a curto prazo”. A Reserva Botânica de Cambarinho, Vouzela, tem perto de 30 hectares e encontra-se integrada na lista nacional de sítios da Rede Natura 2000. De acordo com Rui Ladeira, o objectivo é criar uma área protegida de Âmbito Local com aproximadamente três mil hectares. O território da Murtosa está incluído na Zona de Protecção Especial da Ria de Aveiro.

A parceria estabelecida entre as autarquias e a Quercus tem como objectivo unir esforços para exigir o aumento dos valores transferidos para os municípios com áreas classificadas e pedir que estas zonas sejam prioritárias na distribuição de fundos nacionais e comunitários, para que haja mais investimentos privados que possibilitem a criação de emprego. Nuno Sequeira adianta ainda que a nível local estão a ser desenvolvidas acções de sensibilização para envolver a população na defesa dos valores naturais do seu território. “É necessário alterar algumas políticas de governo e divulgar as boas práticas que são feitas junto das autarquias”, explica.

De acordo com o presidente da Quercus e o autarca de Vouzela, este projecto serve também para dinamizar e potenciar estas regiões “que têm muito para dar ao país” no que diz respeito ao turismo de natureza, um segmento em crescimento.

O protocolo entre as autarquias e a Quercus vai ser assinado dia 22 de Abril, data em que se assinala o Dia Mundial da Terra, pelas 9h30, em Vouzela e pelas 11h45 na Murtosa.