Há duas décadas que o Benfica não era campeão por antecipação

Esta é a 24.ª vez que os “encarnados” festejam antes da última jornada da Liga. A época de 1972-73 representou o triunfo mais precoce.

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Ao longo da história, o Benfica nunca arrecadou mais do que dois títulos seguidos que tivessem sido alcançados apenas no último jogo. Aconteceu em 1936-37 e 1937-38, em 1954-55 e 1956-57, em 1967-68 e 1968-69 e, finalmente, em 2004-05 e 2009-10. Nestes campeonatos em que a incerteza imperou até ao fim, os de 1937-38 e 1954-55 foram os mais nivelados e terminaram com as “águias” em igualdade pontual com o segundo classificado (o FC Porto, no primeiro caso, e o Belenenses, no segundo).

Em todos os outros títulos nacionais (24, a contar com o actual), os “encarnados” festejaram por antecipação, tendo o anterior a este acontecido em 1993-94, precisamente há duas décadas. Com Toni como treinador, o Benfica sagrou-se campeão à 32.ª jornada, a antepenúltima da prova, numa época em que conseguiu uma goleada das antigas (8-0 ao Famalicão, na Luz) e um triunfo épico sobre o Sporting (6-3, no jogo da vida de João Vieira Pinto). 

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Ao longo da história, o Benfica nunca arrecadou mais do que dois títulos seguidos que tivessem sido alcançados apenas no último jogo. Aconteceu em 1936-37 e 1937-38, em 1954-55 e 1956-57, em 1967-68 e 1968-69 e, finalmente, em 2004-05 e 2009-10. Nestes campeonatos em que a incerteza imperou até ao fim, os de 1937-38 e 1954-55 foram os mais nivelados e terminaram com as “águias” em igualdade pontual com o segundo classificado (o FC Porto, no primeiro caso, e o Belenenses, no segundo).

Em todos os outros títulos nacionais (24, a contar com o actual), os “encarnados” festejaram por antecipação, tendo o anterior a este acontecido em 1993-94, precisamente há duas décadas. Com Toni como treinador, o Benfica sagrou-se campeão à 32.ª jornada, a antepenúltima da prova, numa época em que conseguiu uma goleada das antigas (8-0 ao Famalicão, na Luz) e um triunfo épico sobre o Sporting (6-3, no jogo da vida de João Vieira Pinto). 

Mas a época em que ganhou a competição de forma mais folgada foi a de 1972-73, muitas vezes citada por ter sido a única em que o Benfica arrecadou o título sem derrotas, sob as ordens do britânico Jimmy Hagan. Num campeonato com 30 jornadas, os lisboetas só precisaram de 23 para impor a sua superioridade, deixando, no fim das contas, o Belenenses (segundo da tabela) a 18 pontos de distância, numa altura em que as vitórias valiam dois pontos.

Recorde de pontos na Liga?
Foi justamente por esse motivo que essa temporada, em que a equipa marcou 101 golos, ultrapassando pela segunda vez a mítica barreira dos 100, não coleccionou mais recordes. Com 28 vitórias e dois empates, o Benfica fechou o campeonato com 58 pontos, um número muito inferior aos 65 com que venceu, por exemplo, em 2004-05, época em que averbou sete derrotas, com Giovanni Trapattoni aos comandos.

Desde que os triunfos passaram a traduzir-se em três pontos conquistados, em 1995-96, a pontuação máxima alcançada pelas “águias” aconteceu já no consulado de Jorge Jesus, concretamente na temporada passada. Apesar de ter perdido o título, o Benfica somou 77 pontos, mais do que os 76 averbados na primeira época do actual técnico na Luz, 2009-10.

E esse poderá ser, a partir de agora, um estímulo extra para o clube: bater o recorde de pontos na Liga. Para isso, precisa de vencer os jogos que restam. Se conseguir bater o V. Setúbal, em casa, e o FC Porto, no Estádio do Dragão, atinge os 79 pontos em 90 possíveis. Melhor, só mesmo o FC Porto de Villas-Boas, que chegou aos 84, também em 30 jornadas, em 2010-11.

Gestão mais folgada em calendário apertado
Com o principal objectivo da temporada assegurado, Jorge Jesus poderá agora voltar-se de corpo e alma para as outras frentes de batalha, em especial para a Liga Europa.

Na quinta-feira, o Benfica recebe a Juventus, na primeira mão das meias-finais, deslocando-se de seguida ao Estádio do Dragão, para as meias-finais da Taça da Liga, antes de viajar até Turim, para o jogo que decidirá o acesso à final da prova da UEFA.

O calendário continua apertado, mas o técnico dos “encarnados” poderá inverter a lógica que tem seguido nesta temporada e rodar mais o plantel nos jogos do campeonato, apostando em força nas restantes competições.