Edward Snowden defende participação em programa de Putin
Analista informático que denunciou programa secreto de vigilância electrónica dos EUA lamenta que a sua pergunta ao Presidente russo tenha sido mal-interpretada.
Os serviços secretos russos “interceptam, armazenam ou analisam, de qualquer maneira, as comunicações de milhões de pessoas”, quis saber o analista informático norte-americano, que foi o responsável pela divulgação pública do programa secreto de vigilância electrónica da Agência Nacional de Segurança (NSA) dos Estados Unidos. “A nossa actividade está estritamente regulada pela lei. Não temos um sistema montado para tal intercepção, e segundo a nossa legislação ele não pode existir”, respondeu o Presidente.
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Os serviços secretos russos “interceptam, armazenam ou analisam, de qualquer maneira, as comunicações de milhões de pessoas”, quis saber o analista informático norte-americano, que foi o responsável pela divulgação pública do programa secreto de vigilância electrónica da Agência Nacional de Segurança (NSA) dos Estados Unidos. “A nossa actividade está estritamente regulada pela lei. Não temos um sistema montado para tal intercepção, e segundo a nossa legislação ele não pode existir”, respondeu o Presidente.
O facto de Putin ter “negado a primeira parte da pergunta e ignorado a segunda” prova que a intervenção não foi combinada, argumentou Snowden num artigo para o The Guardian, em que enfrenta as críticas e defende a sua decisão de participar na emissão para inquirir o Presidente russo. Segundo explicou, a sua pergunta foi cuidadosamente preparada e inspirada no guião das questões feitas pelos legisladores do Congresso dos EUA ao director nacional dos serviços secretos, James Clapper, em Março de 2013 – “com o objectivo de extrair uma importante admissão ou uma clara evasão”.
“Fiquei surpreendido que as pessoas que sabem que arrisquei a vida para denunciar o programa de vigilância do meu país não acreditassem que fosse capaz de criticar a existência de políticas semelhantes na Rússia, um país ao qual não jurei qualquer aliança, sem qualquer motivo ulterior. Lamento que a minha pergunta tenha sido mal interpretada, e com isso que a substância da questão – e a resposta evasiva de Putin – tenha sido ignorada em favor da especulação, incorrecta e grosseira, sobre os meus motivos”, escreveu.