Arquitectos que protagonizaram SAAL vão debater projecto em Serralves

Colóquio vai realizar-se em Maio, no Porto, com Álvaro Siza Vieira, Souto de Moura ou Gonçalo Byrne que estiveram envolvidos no projecto do Serviço Ambulatório de Apoio Local.

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O Bairro da Bouça, no Porto, foi projectado por Álvaro Siza no âmbito do SAAL Fernando Veludo/NFactos

De acordo com o Museu de Serralves, os arquitectos Álvaro Siza Vieira, Nuno Portas, Alexandre Alves Costa, Raul Hestnes Ferreira, Jorge Figueira, José António Bandeirinha, Pedro Bandeira e Joaquim Moreno, alguns deles protagonistas do projecto, vão participar na conferência.

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De acordo com o Museu de Serralves, os arquitectos Álvaro Siza Vieira, Nuno Portas, Alexandre Alves Costa, Raul Hestnes Ferreira, Jorge Figueira, José António Bandeirinha, Pedro Bandeira e Joaquim Moreno, alguns deles protagonistas do projecto, vão participar na conferência.

Com curadoria do crítico de arte Delfim Sardo, a iniciativa, que acontece passados 40 anos sobre o seu arranque, em consequência da Revolução do 25 de Abril de 1974, tem como objetivo "debater o processo interdisciplinar" do SAAL. A óptica do encontro é debater o programa de arquitectura com alguma "distância histórica, mas simultaneamente permitindo a participação de alguns dos seus protagonistas".

O programa SAAL foi iniciado em Agosto de 1974 por iniciativa legislativa do então secretário de Estado da Habitação e Urbanismo, o arquitecto Nuno Portas, tendo sido extinto em Outubro de 1976. Na sua essência, continha a cultura arquitectónica da Revolução de 1974, procurando resolver problemas habitacionais de populações muito carenciadas, numa estratégia orgânica e participada pela comunidade. Na prática, os arquitectos faziam os projectos com a participação das populações, os moradores construíam e o Estado pagava os materiais.

"As suas consequências para o pensamento sobre a cidade e, sobretudo, para uma visão da arquitectura como processo activo de produção de cidadania, foram marcantes, não só no contexto das rápidas transformações do Portugal dos anos 1970, mas também como momento de afirmação da arquitectura portuguesa no panorama internacional", recorda o Museu de Serralves, que irá acolher a conferência a 10 de Maio. Em termos teóricos, o SAAL "foi também um momento de questionamento do modernismo planificador, uma centelha de abertura relativamente ao problema da relação entre a funcionalidade, a urgência e a maturação de questões arquitectónicas que se vinham a desenhar em Portugal desde a década de 1950 e que aqui conheceram o seu momento experimental".

Esta conferência em Serralves será o ponto de partida de uma discussão que se irá estender ao longo do ano, com a inauguração, no dia 31 de Outubro, no Museu de Arte Contemporânea de Serralves, da exposição O Processo SAAL: Arquitectura e Participação 1974 - 1976.No dia 14 de Novembro, será a vez da realização de um colóquio em Coimbra, organizado pelo Centro de Estudos Sociais da Universidade desta cidade, intitulado
74 14 SAAL # Arquitectura. De acordo com o museu, a articulação entre estas iniciativas pretende complementar as perspectivas, as metodologias e os instrumentos de investigação sobre o SAAL.