O guarda-roupa impossível de Lara Torres representa Portugal em The Future of Fashion is Now

A par de nomes como Hussein Chalayan, Martin Margiela, Rei Kawakubo ou Viktor & Rolf, designer é a única portuguesa na exposição do Museu Boijmans Van Beuningen de Roterdão.

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Lara Torres, doutoranda no London College of Fashion e formada no português Citex, tem apresentado o seu trabalho de investigação em eventos como a ModaLisboa, onde as suas apresentações e desfiles seguem a sua linha de investigação de questionamento sobre a moda e sua produção actualmente – a designer venceu em Outubro de 2003 o concurso Sangue Novo da ModaLisboa. E The Future of Fashion is Now é exactamente uma busca por trabalhos e nomes que estejam “activamente a procurar modernizar o sistema da moda”, como apresenta o museu, oriundos de “países não-ocidentais ou das franjas da Europa, onde até recentemente não existia uma tradição de moda efectiva”.

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Lara Torres, doutoranda no London College of Fashion e formada no português Citex, tem apresentado o seu trabalho de investigação em eventos como a ModaLisboa, onde as suas apresentações e desfiles seguem a sua linha de investigação de questionamento sobre a moda e sua produção actualmente – a designer venceu em Outubro de 2003 o concurso Sangue Novo da ModaLisboa. E The Future of Fashion is Now é exactamente uma busca por trabalhos e nomes que estejam “activamente a procurar modernizar o sistema da moda”, como apresenta o museu, oriundos de “países não-ocidentais ou das franjas da Europa, onde até recentemente não existia uma tradição de moda efectiva”.

A exposição inaugura-se a 11 de Outubro e fica até 18 de Janeiro de 2015 em Roterdão, na Holanda, embora já esteja online o site onde será possível acompanhar a feitura da mostra, que será a mais importante da rentrée do museu e que conta então com nomes consagrados da moda mais conceptual como Hussein Chalayan (Chipre), Viktor & Rolf (Holanda), Martin Margiela (Bélgica) ou Rejina Pyo (Coreia do Sul), bem como Lucy e Jorge Orta (Inglaterra) ou Rei Kawakubo - Comme des Garçons (Japão).

O processo de selecção através de scouts (caçadores de talentos, “olheiros”) de cada país e depois de um júri durou mais de um ano, conta Lara Torres, e o seu projecto An impossible wardrobe for the invisible foi então escolhido para integrar The Future of Fashion is Now. Trata-se de um conjunto de sete vídeos de performances, que será acompanhado por uma série de imagens mostradas pela primeira vez no âmbito do projecto, e que exploram “o lado inerente absolutamente efémero da moda, de renovação, do terminar e voltar a existir, traduzindo visualmente a obsolescência” do vestuário hoje.

As imagens de homens e mulheres (e da própria designer) que mergulham no desaparecimento das suas peças de vestuário. “Tem a ver com a experiência de incapacidade de lidar com a produção do vestuário numa altura da minha carreira em que me deparei com a impossibilidade de ser crítica em relação ao meu trabalho, aos modos de produção.” An impossible wardrobe trata de, experimental e metaforicamente, fazer desaparecer peças de vestuário, diluídas no tempo - são feitas de álcool polivinílico, um material que conhecia da sua experiência na indústria após a formação no Citex, e que se destina à fixação de bordados e tricotados, cuja função “é exactamente desaparecer”, explica Lara Torres.

Estar em Roterdão com criadores que exploram através da escultura, dos arquétipos ou de instalações públicas de crochet, por exemplo, é estar em contacto com o que é central no seu trabalho: “Questionar a moda neste momento do tempo”, explica. Por isso, está pela primeira vez num evento que contempla várias visões da sua abordagem ao sector, quando nas semanas de moda se encontrava sempre mais nas margens.

A exposição vai ocupar 1500 m2 e é concebida pelo coleccionador Han Nefkens e pela perita em moda José Teunissen. De acordo com o museu, além da mostra dedicada às 43 obras de jovens criadores, será também apresentada metade da colecção de Inverno 2014 da dupla Viktor & Rolf, que regressaram à alta-costura após uma ausência de 13 anos, adquirida por Han Nefkens.