Não tem um banco de livros escolares perto de si? Agora, pode deixar os manuais nos CTT
CTT e movimento Reutilizar assinaram um protocolo de cooperação, válido por um ano, mas que pode vir a ser renovado.
Os CTT e o movimento Reutilizar, nascido da agregação de vários bancos de livros do país, assinaram na manhã desta terça-feira um protocolo de cooperação, que promete facilitar muito o acesso à iniciativa solidária de troca de livros escolares. O princípio é simples: se tem livros lá em casa que já não vão servir para os estudantes da família, mas que ainda podem ser utilizados por outros, pode deixá-los na loja dos CTT mais próxima de si (e são 623 lojas em todo o país). Aí, eles serão colocados numa das embalagens solidárias dos Correios e enviados, sem qualquer custo, para o banco de livros mais próximo da rede Reutilizar, que os disponibilizará depois nos seus próprios pontos de distribuição.
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Os CTT e o movimento Reutilizar, nascido da agregação de vários bancos de livros do país, assinaram na manhã desta terça-feira um protocolo de cooperação, que promete facilitar muito o acesso à iniciativa solidária de troca de livros escolares. O princípio é simples: se tem livros lá em casa que já não vão servir para os estudantes da família, mas que ainda podem ser utilizados por outros, pode deixá-los na loja dos CTT mais próxima de si (e são 623 lojas em todo o país). Aí, eles serão colocados numa das embalagens solidárias dos Correios e enviados, sem qualquer custo, para o banco de livros mais próximo da rede Reutilizar, que os disponibilizará depois nos seus próprios pontos de distribuição.
Antes deste protocolo já era muito mais fácil aceder a um banco de livros da Reutilizar do que, por exemplo, há dois anos. Em 2012, Henrique Cunha, o fundador do primeiro banco de livros do país, no Porto, dizia ao PÚBLICO que existiam cerca de 60 bancos espalhados pelo território nacional. Hoje, a rede cresceu para 177 bancos e, de momento, só a Madeira está mesmo fora da Reutilizar — o que não significa que não possam existir ali bancos de livros que não estejam associados a este movimento.
Ainda assim, o fundador da Reutilizar vê muitas vantagens na participação dos CTT na iniciativa. “O que alimenta os bancos é a generosidade das pessoas, que gastam tempo e gasolina para se deslocarem aos bancos e entregar livros. O facto de o poderem fazer agora numa loja dos CTT facilita bastante, até porque há distritos que só têm dois ou três bancos”, disse ao PÚBLICO Henrique Cunha, na loja dos CTT da Praça do General Humberto Delgado, no Porto, onde foi assinado o protocolo de colaboração.
Miguel Garção, dos CTT, aponta a “responsabilidade social e a cidadania empresarial” dos correios para se terem associado à Reutilizar. “Utilizando a nossa rede de lojas e a capacidade de distribuição podemos contribuir para uma causa que tem muito a ver com os jovens e que tem também uma componente cultural, uma vez que funciona como um incentivo à escrita e à leitura”, defendeu.
O padrinho deste protocolo é o músico Filipe Pinto, que chegou à loja portuense com alguns dos seus antigos livros escolares de Matemática, Física e Química debaixo do braço. Formado em Engenharia Florestal, o músico salientou a bondade da iniciativa — e não só para os bolsos das famílias portuguesas. “Reutilizar é muito mais importante que reciclar. É uma palavra extraordinária e algo essencial”, defendeu.
Os bancos de livros do movimento Reutilizar funcionam de forma absolutamente gratuita. Nos locais onde estão instalados, e agora também nas lojas CTT, qualquer pessoa pode depositar livros escolares de que já não necessite, mas que possam ainda servir para outros estudantes. Os livros podem depois ser levantados por interessados nos bancos de livros.
O protocolo que foi assinado esta manhã tem a validade de um ano, com a possibilidade de vir a ser renovado. Miguel Garção diz que este deve ser encarado como “o ano zero” da colaboração entre as duas entidades. O processo será avaliado ao longo do ano e, eventualmente, melhorado. “De certeza que vamos aprender muito ao longo deste ano. Oxalá consigamos melhorar ainda mais o funcionamento”, disse Henrique Cunha.