Restos mortais de Salgueiro Maia devem permanecer no cemitério de Castelo de Vide, diz viúva
A vontade expressa em testamento pelo militar de Abril manifesta o desejo de ser sepultado em campa rasa na terra onde nasceu em 1944.
A posição de Natércia Maia, que tinha mantido o silêncio em relação ao apelo de Manuel Alegre, foi assumida no decorrer das comemorações do 40º aniversário do 25 de Abril que se iniciaram no sábado em Castelo de Vide, terra natal do militar que comandou a coluna militar vinda de Santarém e que foi determinante para o eclodir do regime democrático em Portugal.
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A posição de Natércia Maia, que tinha mantido o silêncio em relação ao apelo de Manuel Alegre, foi assumida no decorrer das comemorações do 40º aniversário do 25 de Abril que se iniciaram no sábado em Castelo de Vide, terra natal do militar que comandou a coluna militar vinda de Santarém e que foi determinante para o eclodir do regime democrático em Portugal.
A viúva de Salgueiro Maia afirma que a vontade do seu marido, assumida no testamento que escreveu em 1989, três anos antes da sua morte, ao exigir ser sepultado em campa rasa e sem honras de Estado, “deve ser respeitada”.
É este desejo que Natércia Maia quer ver satisfeito “enquanto for viva”, afirmando emocionada que os restos mortais do capitão de Abril “vão permanecer em Castelo de Vide”.
O presidente da Câmara de Castelo de Vide, António Pita, recordou como também ficou “surpreendido” com a proposta da eventual trasladação dos restos mortais de Salgueiro Maia para o Panteão Nacional, quando o testamento do militar expressa a vontade de querer ficar sepultado em campa rasa no talhão dos combatentes na terra onde nasceu em 1944, e identificado com uma lápide muito simples.
A posição da viúva e do autarca foi contrariada por um dos membros da Associação 25 de Abril, o coronel Garcia Correia, que se deslocou a Castelo de Vide à frente de uma delegação vinda de Santarém para homenagear o seu companheiro de armas, defendendo a trasladação de Salgueiro Maia para o Panteão Nacional, que classificou de “herói nacional” e, como tal, os seus restos mortais “ deixam de pertencer apenas à terra onde nasceu”.
Salgueiro Maia morreu vítima de doença cancerígena em 1992, no Hospital Militar em Lisboa.