Duplo atentado mata mais de 70 pessoas num terminal rodoviário da capital da Nigéria

Desde o início do ano, violência atribuída a grupo islamista fez mais de 1500 mortos no país africano.

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Afolabi Sotunde/Reuters

O autocarro servia a zona de Nyanya, uma cidade satélite da capital, pobre e diversa em termos étnicos e religiosos, onde muitos habitantes trabalham em Abuja. "Estava à espera do autocarro quando ouvi uma explosão ensurdecedora, e depois vi fumo", disse à Reuters Mimi Daniels, que escapou apenas com um ligeiros ferimentos no braço.

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O autocarro servia a zona de Nyanya, uma cidade satélite da capital, pobre e diversa em termos étnicos e religiosos, onde muitos habitantes trabalham em Abuja. "Estava à espera do autocarro quando ouvi uma explosão ensurdecedora, e depois vi fumo", disse à Reuters Mimi Daniels, que escapou apenas com um ligeiros ferimentos no braço.

Este é o mais mortífero atentado já ocorrido na capital federal da Nigéria onde, nos últimos anos, se tornaram frequentes actos de violência atribuídos ao grupo islamista. A autoria do ataque não foi ainda reivindicada. 

Este ataque sublinha a vulnerabilidade da capital federal da Nigéria, construída na década de 1980, no centro geográfico do país, para substituir Lagos, junto à costa, como sede do Governo. A Nigéria é agora a maior economia e o maior produtor de petróleo em África. E o grupo islamista Boko Haram tem atacado cada vez mais civis, que acusa de estar a colaborar com o Governo ou com as forças de segurança.

A violência atribuída ao Boko Haram causou desde o início do ano mais de 1500 mortos na Nigéria, segundo a Amnistia Internacional. Desde 2009 morreram milhares de pessoas.

O caso que anteriormente mais mortes provocou foi um ataque contra igrejas que matou 49 pessoas, entre as quais o atacante-suicida, no dia de Natal de 2011.

“Perdemos um grande número de pessoas”, disse o Presidente Goodluck Jonathan, que prometeu luta aos combatentes islamismos, denunciando "as actividades daqueles que estão a tentar fazer o nosso país andar para trás", em declarações citadas pela agência Reuters. “O Boko Haram é uma página perversa da história do nosso desenvolvimento”, declarou também.