Montepio passa de lucros a prejuízos de 298 milhões de euros

Banco apresentou resultado negativo histórico em 2013.

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Enric Vives-Rubio

O resultado negativo surge depois de o banco ter reforçado provisões e imparidades “para acomodar riscos de incumprimento e criar as reservas necessárias caso os riscos se materializem”, justifica o presidente, António Tomás Correia, numa mensagem que integra o relatório e contas.

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O resultado negativo surge depois de o banco ter reforçado provisões e imparidades “para acomodar riscos de incumprimento e criar as reservas necessárias caso os riscos se materializem”, justifica o presidente, António Tomás Correia, numa mensagem que integra o relatório e contas.

O documento agora tornado público será discutido na assembleia-geral do Montepio agendada para 29 de Abril. Já no final do ano passado, numa entrevista concedida à agência Lusa, Tomás Correia tinha revelado que a entidade que lidera teria que assumir perdas de 250 milhões de euros em 2013 devido a incumprimentos em créditos à habitação e construção, pelo que apresentaria prejuízos históricos.

A necessidade de reforçar as provisões e imparidades surgiu depois das inspecções transversais levadas a cabo pelo Banco de Portugal às provisões e imparidades das carteiras dos oito maiores grupos bancários portugueses, entre os quais se conta a Caixa Económica Montepio Geral (Montepio). E teve um “impacto muito negativo nos resultados do exercício de 2013” do Montepio, sublinha a entidade.

As provisões e imparidades líquidas subiram 71,2% para 397,3 milhões de euros, mais 165,2 milhões de euros do que no final de 2012.
Já a margem financeira caiu 20% em termos homólogos, para 225,2 milhões de euros, com o produto bancário a recuar 12,3% para 477,7 milhões de euros. O Montepio atribui esta evolução na margem financeira à “desalavancagem da actividade”. Com a redução das taxas de juro de referência, houve uma diminuição do crédito e das taxas de juro médias dos activos financeiros, que foi superior à descida das taxas médias dos passos financeiros.

O resultado operacional recuou 46,7% para 37,6 milhões de euros, ao passo que os gastos operacionais baixaram 5,5% para 340,1 milhões de euros.

O crédito a clientes ascendeu a 16.556 milhões de euros (uma ligeira diminuição face a 2012), enquanto os recursos de clientes cresceram para 16.310 milhões de euros, dos quais mais de 14.000 milhões de euros em depósitos. Ao nível da alavancagem, o rácio do crédito a clientes sobre os depósitos fixou-se nos 110,18%, abaixo dos 120,50% do final de 2012.

Em termos de solvabilidade, o rácio fixou-se nos 13,03%, com o rácio core tier 1 nos 11,01%.

Ao nível da rede de distribuição, o Montepio fechou o ano passado com apenas menos dois balcões em Portugal do que em 2012 (num total de 456 agências), com o número de colaboradores na actividade doméstica a reduzir-se em 44 trabalhadores para um total de 3903 funcionários. Em Angola, foram abertas mais quatro agências, para um total de 13 balcões, tendo o número de escritórios de representação permanecido estável nos seis escritórios.

Para 2014, as perspectivas da gestão do banco no que toca a resultados são positivas, com Tomás Correia a apontar para as previsões acerca da evolução da economia portuguesa e para os dados de exploração referentes ao primeiro trimestre do ano, que lhe permitem “antever uma melhoria e fundamentar a expectativa de resultados positivos”.