Durão espera que Portugal "utilize bem" fundos europeus na luta contra a pobreza
Presidente da Comissão Europeia diz que é possível "crescimento com medidas especialmente dirigidas para aqueles que mais necessitam".
Numa intervenção na cerimónia de entrega do donativo do prémio europeu Carlos V à CAIS e à Escola Secundária de Camões, em Lisboa, Durão Barroso focou de forma particular o problema do aumento da pobreza, referindo-se especificamente aos apoios europeus que Portugal irá receber entre 2014 e 2020 através do Fundo Social Europeu consagrados ao "investimento no capital humano, emprego e inclusão", num total de 7,7 mil milhões de euros.
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Numa intervenção na cerimónia de entrega do donativo do prémio europeu Carlos V à CAIS e à Escola Secundária de Camões, em Lisboa, Durão Barroso focou de forma particular o problema do aumento da pobreza, referindo-se especificamente aos apoios europeus que Portugal irá receber entre 2014 e 2020 através do Fundo Social Europeu consagrados ao "investimento no capital humano, emprego e inclusão", num total de 7,7 mil milhões de euros.
"É bastante dinheiro, se for bem executado", sublinhou, recordando que existe a obrigatoriedade de todos os Estados aplicarem pelo menos 20% do Fundo Social Europeu na luta contra a exclusão social e a pobreza.
"Em Portugal isto vai traduzir-se em 1,6 mil milhões de euros de apoio directos às pessoas mais vulneráveis. Espero que as autoridades portuguesas utilizem bem estes fundos para acções especialmente vocacionadas na luta contra a pobreza", disse Durão Barroso.
Antes, o presidente da Comissão Europeia já tinha admitido a existência de situações de "emergência social" em Portugal, depois de um "ajustamento muito difícil", que levou em alguns casos ao agravamento das condições sociais.
Defendendo que "com boas políticas públicas é possível combinar o acento tónico posto no crescimento com medidas especialmente dirigidas para aqueles que mais necessitam", Durão Barroso fez alusão às responsabilidades do Estado no apoio aos mais cadenciados, mas também ao contributo que a sociedade pode dar.
"Acho essencial que hoje, na procura do relançamento da economia, se consiga, ao mesmo tempo que se investe nos factores de futuro, que podem trazer maior crescimento, que se tenham políticas especiais para aqueles que são os mais carenciados. É possível, através de políticas públicas combinadas com iniciativas da sociedade civil, minorar muito os efeitos da crise económica", preconizou.