Milhares manifestam-se em Paris contra a "viragem social-democrata" de Hollande
Convocado pela esquerda, o protesto contou com socialistas que falaram da inquetação que se vive no partido no poder.
"Hollande, basta", diziam os cartazes na manifestação convocada pela esquerda com o mote "Conta a austeridade, pela igualdade e distribuição das riquezas".
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"Hollande, basta", diziam os cartazes na manifestação convocada pela esquerda com o mote "Conta a austeridade, pela igualdade e distribuição das riquezas".
O grego Alexis Tsipras, candidato pela esquerda europeia à presidência da Comissão Europeia, participou no protesto de Paris à frente da marcha, ao lado dos líderes da Frente de Esquerda, Pierre Laurent e Jean-Luc Mélenchon.
A manifestação teve lugar a seis semanas das eleições europeias (que se realizam entre 22 e 25 de Maio) e escassas duas semanas após uma mudaça radical no Governo francês, decidida pelo Presidente na sequência da derrota socialista, e da ascenção da extrema-direita, nas eleições municipais de Março.
A derrota eleitoral foi imputada pela esquerda que marcou a manifestação áquilo que consideram ser a viragem social-democrata do chefe de Estado que, com o seu Pacto de Responsabilidade - que introduziu reformas acordadas com a União Europeia de forma a reduzir os gastos públicos e o déficit - prevê baixar as contribuições das empresas na esperança de relançar o crescimento económico.
Parte dos slogans foram contra o novo primeiro-ministro, Manuel Valls que, aos olhos dos manifestantes, é o símbolo da viragem liberal do Executivo - a escolha de Valls foi contestada também pela ala mais à esquerda dos socialistas.
"Hollande enganou-se no primeiro-ministro e impos-nos uma viragem que não foi discutida. Há uma grande inquietação na ala esquerda do PS e é preciso um congresso extraordinário para clarificar a situação", disse o eurodeputado socialista Liêm Hoang Ngoc, que participou na manifestação.
Nos cartazes que os manifestantes levaram para as ruas de Paris lia-se "Quando somos de esquerda, taxamos a finança" ou "Quando somos de esquerda, não cortamos nos salários".