Vinci investe 271 milhões nos aeroportos para aumentar tráfego em 2,6%

Plano estratégico aprovado pelo Governo prevê maior subida de passageiros em Beja. Presidente da TAP critica metas.

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Lisboa será responsável por mais de metade do tráfego da ANA em 2017 Nelson Garrido

O documento, que integra o Plano Estratégico dos Transportes e Infra-estruturas (PETI), prevê que a maior fatia do investimento seja direccionada para o aeroporto de Lisboa (137 milhões de euros), que a Vinci, vencedora da privatização da ANA em Dezembro de 2012, quer “posicionar como maior hub [placa giratória] europeu para o Brasil". Segue-se Faro, com 66 milhões de euros, e só depois o Porto, com 25 milhões. Para a Madeira e para os Açores a Vinci reservou uma parcela de 21,6 e de 18,7 milhões, respectivamente. E, por fim, para Beja, o pacote será de 2,5 milhões.

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O documento, que integra o Plano Estratégico dos Transportes e Infra-estruturas (PETI), prevê que a maior fatia do investimento seja direccionada para o aeroporto de Lisboa (137 milhões de euros), que a Vinci, vencedora da privatização da ANA em Dezembro de 2012, quer “posicionar como maior hub [placa giratória] europeu para o Brasil". Segue-se Faro, com 66 milhões de euros, e só depois o Porto, com 25 milhões. Para a Madeira e para os Açores a Vinci reservou uma parcela de 21,6 e de 18,7 milhões, respectivamente. E, por fim, para Beja, o pacote será de 2,5 milhões.

O investimento será feito em novos projectos e na manutenção das actuais infra-estruturas, incluindo a ampliação de espaços em Lisboa, como salas de embarque e balcões de check-in, ou a remodelação de toda a aerogare do aeroporto de Faro.

Em termos de tráfego, o aumento global previsto, no cenário central é de 2,6% face a 2013 para quase 35,2 milhões de passageiros. Na hipótese mais optimista, as estimativas da Vinci sobem para 4,1% (37,3 milhões de passageiros) e, na mais pessimista, o crescimento fica-se por 1,3% (33,5 milhões). No ano passado, o tráfego gerado na rede da ANA alcançou a barreira dos 32 milhões.

Para a capital, o aumento previsto do tráfego, no cenário central, é de 3,3% até 2017 para 18,1 milhões (ou seja, 51,4% do total). Já para o aeroporto Francisco Sá Carneiro, a expectativa é, a par da Madeira, a mais moderada de toda a rede: 1,6% para 6,7 milhões de passageiros. No arquipélago, a previsão aponta para 2,6 milhões.

De acordo com as estimativas da Vinci, o maior crescimento acontecerá em Beja, com uma subida de 31,1%, explicada, em grande parte, pelo facto de partir de uma base muito pequena. A infra-estrutura movimentou apenas 1765 passageiros em 2013 e estima-se que chegue aos 3454 dentro de quatro anos. Para os Açores, prevê-se um incremento de 2,7% para 1,3 milhões. E, por último, em Faro, a subida inscrita no plano estratégico é de 2% para um tráfego de 6,5 milhões.

TAP critica metas
Chamada a pronunciar-se sobre o documento, numa consulta pública que foi alargada a diferentes intervenientes da aviação, mas também de outros sectores, a TAP criticou as previsões da Vinci para o aeroporto da capital. Na carta, o presidente da companhia escreve que “vê com bastante preocupação a estimativa de crescimento do tráfego”, acrescentando que o desenvolvimento desta infra-estrutura “é crítico para a sustentabilidade da companhia” e que, só com metas ambiciosas, “poderá aspirar a receber novos destinos”.

Fernando Pinto lembra que, nos últimos quatro anos, a TAP cresceu 4,6% em termos de passageiros, sem nova frota. O gestor faz questão de sublinhar que já este ano haverá “dois novos aviões de longo curso”, encontrando-se “em fase adiantada a negociação para quatro novos aviões de médio curso”.

O presidente da transportadora aérea faz ainda referência aos programas de incentivos da ANA às companhias, que têm sido polémicos por beneficiarem mais as low cost. Pede, por isso, que sejam “perfeitamente transparentes e desenhados para recompensar as empresas que apostaram” no aeroporto.