Seguro desafia Passos a olhar para a dívida sem tabus
"Precisamos de resolver o problema da dívida sem tabus e preconceitos, porque o serviço da dívida tem um peso muito grande nas contas públicas e para isso é necessário encontrar as melhores soluções. Se há um novo instrumento e há essa possibilidade, o que se esperava de um primeiro-ministro é que lutasse pela sua concretização, mas temos o contrário, [só] para dizer ao PS que não tem razão", criticou.
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"Precisamos de resolver o problema da dívida sem tabus e preconceitos, porque o serviço da dívida tem um peso muito grande nas contas públicas e para isso é necessário encontrar as melhores soluções. Se há um novo instrumento e há essa possibilidade, o que se esperava de um primeiro-ministro é que lutasse pela sua concretização, mas temos o contrário, [só] para dizer ao PS que não tem razão", criticou.
António José Seguro, que falava em Aveiro onde esteve de visita ao Hospital, lamentou que "seja um país que precisa de resolver a questão da dívida a opor-se à concretização desse novo instrumento, que poderia ajudar a aliviar muitos dos sacrifícios de países na zona euro".
O líder socialista observou que "no seio da União Económica e Monetária há 15 países com uma dívida superior a 60% [do PIB]", pelo que a proposta do seu partido é no sentido de, para um problema comum que afecta muitos países da União Europeia, haver uma solução comum, permitindo baixar a taxa de juro, diminuir o défice, e aliviar os sacrifícios" dos portugueses.
"O primeiro-ministro compreende bem, o que não quer é lutar pelos interesses dos portugueses, porque quer sempre reduzir as margens de manobra que temos para sair da crise", criticou.
A solução da mutualização da dívida foi afastada pelo primeiro-ministro na passada sexta-feira, no debate quinzenal, com o argumento de que essa proposta não pode substituir o esforço de redução dos défices orçamentais e a criação de excedentes de saldos primários.
António José Seguro insiste que a opção pela mutualização “é uma questão de tempo” até ser dada razão ao PS, tal como o primeiro-ministro mudou de opinião sobre o aumento do salário mínimo.
Para António José Seguro, a opção pela mutualização "é uma questão de tempo" até ser dada razão ao PS e repetiu que Passos Coelho se viu forçado a mudar de posição quanto ao salário mínimo.
No final da visita ao hospital, o líder do PS aproveitou para falar do “retrocesso” na Saúde e acusou o Governo de carregar nos cortes em mais 75% do que o que estava previsto no memorando de entendimento.
No Dia Mundial da Saúde, António José Seguro assinalou que naquele hospital "há milhares de pessoas à espera de uma consulta há mais de um ano".
"Isto (os cortes) não é maneira de tratar os portugueses, retirando-lhes cuidados de saúde que são fundamentais. Portugal gasta ‘per capita’, na saúde abaixo da média dos países da OCDE, com ganhos de eficiência, o que quer dizer que é importante continuar a financiar o Serviço Nacional de Saúde, para que possa dar respostas e não o contrário, que conduz a situações de ruptura", declarou.
António José Seguro salientou que o centro hospitalar "não tem divulgado os dados das listas de espera para consultas e os últimos dados que tornou conhecidos são de Outubro de 2013, havendo áreas em que se espera muito tempo por uma consulta".