Ucrânia acusa Rússia de ter em marcha plano para desmembrar o país
Grupo que invadiu edifício das forças de segurança em Luhansk apoderou-se de armas e munições guardadas no local.
A situação é confusa na manhã desta segunda-feira, com informações de que o grupo que, domingo à noite, invadiu o quartel dos Serviços de Segurança ucranianos na cidade de Luhansk se apoderou de armas e munições existentes no local. A polícia local diz não saber quem são os atacantes, que continuam no edifício, mas por medida de precaução anunciou que foram cortadas todas as estradas que conduzem à cidade, no extremo leste do país.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
A situação é confusa na manhã desta segunda-feira, com informações de que o grupo que, domingo à noite, invadiu o quartel dos Serviços de Segurança ucranianos na cidade de Luhansk se apoderou de armas e munições existentes no local. A polícia local diz não saber quem são os atacantes, que continuam no edifício, mas por medida de precaução anunciou que foram cortadas todas as estradas que conduzem à cidade, no extremo leste do país.
Pouco antes, o ministro do Interior do Governo interino ucraniano anunciou a desocupação da sede da administração regional da cidade de Kharkov, invadida ao início da noite de domingo por um grupo pró-russo, depois de confrontos com manifestantes nacionalistas e a polícia. O edifício “foi totalmente libertado de separatistas”, garantiu Arsen Avakov, que foi de urgência para a cidade.
Um episódio semelhante ao registado em Donetsk, a cidade mais importante da região mineira de Donbass, onde 150 manifestantes conseguiram furar a barreira policial e invadir o edifício do governador. Empunhando bandeiras russas, exigiam um referendo à independência da região, semelhante ao que organizado pelas autoridades separatistas da Crimeia e que abriu caminho à anexação da península pela Rússia.
Reagindo a estes incidentes – numa altura em que havia sinais de desanuviamento –, Iatseniuk não teve dúvidas em apontar responsabilidades. “Há um plano para desestabilizar e criar uma situação em que tropas estrangeiras atravessem a fronteira e invadam o território ucraniano. Não vamos permitir isso”, afirmou o primeiro-ministro interino num discurso ao seu partido, transmitido pela televisão.
“Este cenário foi escrito pela Federação da Rússia e o seu único objectivo é desmembrar a Ucrânia, acusou Iatseniuk, acrescentando que há tropas russas a apenas 30 quilómetros da fronteira leste da Ucrânia e que, ao contrário do que afirma Moscovo, não há indicações de que tenham recuado.
Oficial morto na Crimeia
Num incidente sem aparente ligação, um oficial da Marinha ucraniana foi morto domingo à noite na Crimeia por um militar russo, anunciou o ministro da Defesa ucraniano.
O incidente aconteceu num dormitório para oficiais na localidade de Novofedorovka e seguiu-se a uma discussão entre militares russos e ucranianos. Segundo Kiev, o oficial, que estava prestes a deixar a península, estava desarmado e foi atingido com dois disparos de uma AK-47, na cabeça e no peito. Um segundo oficial terá sido espancado por militares russos.
O incidente acontece semanas depois de o Governo de Kiev ter dado ordens aos seus militares para abandonarem a Crimeia, alegando razões de segurança.