Decisão sobre despedimento colectivo na RTP não passará de Maio

Com as negociações sobre o novo acordo de empresa em curso, presidente da RTP aproveita entrevista à Lusa para frisar que o corte de regalias seria "uma contribuição" para poupar alguns despedimentos.

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Miguel Madeira

Numa altura em que, diz, as negociações "não têm sido tão conclusivas" como "seria desejável", Alberto da Ponte especifica que um corte “razoável” de regalias decorrentes do AE, por via negocial, correspondente a uma poupança de “seis a oito milhões de euros", seria “uma contribuição muito boa” e “equivaleria a poupar o custo social do despedimento”.

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Numa altura em que, diz, as negociações "não têm sido tão conclusivas" como "seria desejável", Alberto da Ponte especifica que um corte “razoável” de regalias decorrentes do AE, por via negocial, correspondente a uma poupança de “seis a oito milhões de euros", seria “uma contribuição muito boa” e “equivaleria a poupar o custo social do despedimento”.

"Cada trabalhador da RTP custa, em média, cerca de dois mil e tal euros por mês, portanto não é difícil fazer as contas (…). Se for possível poupar cerca de 24 mil euros por mês, estamos a impedir a saída de 10 trabalhadores, o que é importante", defendeu o presidente da RTP que, questionado sobre se há uma data a partir da qual se possa considerar que o despedimento colectivo é inevitável, afirmou: "Acho que não pode passar do mês de Maio".

Em declarações à Lusa, Alberto da Ponte admite que o volume de rescisões amigáveis deverá ficar abaixo do expectável, o que deixa a empresa “a uma distância grande” dos objectivos. Segundo diz, eram esperadas cerca de 50 saídas, mas, apesar de o programa ter sido prolongado para além de 31 de Março, o número poderá não ir “acima dos 20”.

Na mesma entrevista, Alberto da Ponte confirmou que, neste contexto, pediu autorização à tutela para contratar dez pessoas, uma decisão que justificou com a necessidade de trabalhadores com “uma especialidade técnica que não existe actualmente dentro” da empresa.

Disse ainda que a administração da empresa pretende uma garantia do Estado de que a taxa de contribuição para o audiovisual (CAV) é aumentada de acordo com a inflação. Desde o início deste ano que a RTP deixou de receber indemnização compensatória, passado a ser financiada pela CAV, que actualmente é de 2,65 euros e é cobrada através da factura da electricidade.