Afeganistão, frágil no passado e no futuro
O assassinato de uma jornalista, a fotógrafa alemã Anja Niedringhaus num atentado a tiro (que feriu ainda Kathy Gannon, também da agência AP) pode ficar como um símbolo do que, por detrás das eleições presidenciais de hoje, tolda o futuro do Afeganistão. Porque a morte, irrazoável e gratuita, é ainda uma espécie de fatalidade que ronda os afegãos, divididos entre a corrupção e o caciquismo tribalista e a “ordem” sanguinária dos talibã que só esperam por uma oportunidade para voltarem ao poder. Sem censo ou registos eleitorais, com cartões de eleitor impressos em excesso ou vendidos às claras, ninguém acredita em justeza nesta primeira transição dita “democrática” da história do país. A grande incógnita é saber se, perante o resultado, se alinham novos interesses sem o risco de uma guerra ou se deflagram novos conflitos sangrentos. Mesmo sem saudades de Karzai, o futuro do Afeganistão continua tão frágil quanto o seu passado.
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O assassinato de uma jornalista, a fotógrafa alemã Anja Niedringhaus num atentado a tiro (que feriu ainda Kathy Gannon, também da agência AP) pode ficar como um símbolo do que, por detrás das eleições presidenciais de hoje, tolda o futuro do Afeganistão. Porque a morte, irrazoável e gratuita, é ainda uma espécie de fatalidade que ronda os afegãos, divididos entre a corrupção e o caciquismo tribalista e a “ordem” sanguinária dos talibã que só esperam por uma oportunidade para voltarem ao poder. Sem censo ou registos eleitorais, com cartões de eleitor impressos em excesso ou vendidos às claras, ninguém acredita em justeza nesta primeira transição dita “democrática” da história do país. A grande incógnita é saber se, perante o resultado, se alinham novos interesses sem o risco de uma guerra ou se deflagram novos conflitos sangrentos. Mesmo sem saudades de Karzai, o futuro do Afeganistão continua tão frágil quanto o seu passado.