NASA suspende contactos com a Rússia por causa da anexação da Crimeia

Agência espacial norte-americana depende de Moscovo para chegar à Estação Espacial Internacional, e essa é a única relação que quer manter.

Foto
A actual tripulação da ISS em contacto com o Centro de Controlo das Missões, em Moscovo Joel Kowsky/AFP

O diálogo com a Rússia fica limitado a questões de segurança e de actividade na estação espacial, onde se encontra actualmente uma equipa a bordo que incluiu membros de nacionalidade russa, como os cosmonautas Oleg Kotov (comandante), e Sergei Riazanski e Mikhail Tiurin (ambos engenheiros de voo), dois astronautas norte-americanos e um japonês.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O diálogo com a Rússia fica limitado a questões de segurança e de actividade na estação espacial, onde se encontra actualmente uma equipa a bordo que incluiu membros de nacionalidade russa, como os cosmonautas Oleg Kotov (comandante), e Sergei Riazanski e Mikhail Tiurin (ambos engenheiros de voo), dois astronautas norte-americanos e um japonês.

“Devido à contínua violação pela Rússia da soberania e integridade territorial da Ucrânia, o Governo dos Estados Unidos determinou que todos os contactos da NASA com representantes do Governo russo estão suspensos”, diz a nota interna tornada pública nesta quinta-feira.

“Viagens à Rússia e visitas de representantes do Governo russo a instalações da agência espacial norte-americana, bem como encontros bilaterais, troca de emails, teleconferências e videoconferências” ficam suspensas, anunciou Michael O’Brien, director adjunto da NASA para as relações internacionais e interagências, citado pelo New York Times.

Estas restrições são semelhantes às que estão em vigor em relação à China, por preocupações de que Pequim copie tecnologias americanas. Por isso a NASA não pode receber cidadãos chineses – e por isso a China não participa na Estação Espacial Internacional.

Mas a Rússia participa, e é parte importante tanto da construção como da operação da plataforma orbital – tem uma experiência mais longa com estações orbitais habitadas do que os Estados Unidos ou qualquer outro país, na verdade. Além disso, desde que os Estados Unidos aposentaram a sua frota de vaivéns, em 2011, as cápsulas Soyuz russas – que antes transportavam cosmonautas russos para a estação espacial Mir – são a única forma de transportar tripulantes para a órbita da Terra. A NASA paga à Roscomos, a agência espacial russa, 71 milhões de dólares (51 milhões de euros) por cada lugar na Soyuz.

Na mesma declaração em que a NASA anuncia reduzir as relações com a Rússia ao mínimo indispensável, por causa da Crimeia, apela ao Congresso norte-americano para seja mais generoso com o financiamento que lhe atribiu, para a ajudar a regressar aos voos tripulados mais depressa. Os planos para substituir os vaivéns passam pelo financiamento de empresas privadas para que desenvolvam foguetões e naves capazes de transportar astronautas para órbita da Terra a partir de 2017.

“A NASA está focada como um laser nos planos para o regresso aos voos tripulados ao solo americano, e em acabar com a nossa dependência da Rússia para alcançar o espaço. Esta tem sido uma prioridade de topo da Administração Obama nos últimos cinco anos e, se o plano tivesse sido completamente financiado, já seria possível regressar aos voos tripulados a partir dos Estados Unidos no próximo ano.”