Trânsito cortado na Ribeira das Naus em Lisboa por tempo indeterminado

Automobilistas terão de usar as ruas do Arsenal e da Alfândega para circular entre o Cais do Sodré e o Terreiro do Paço. Passageiros da Carris também vão ser afectados. A reabertura da zona em obras não tem data marcada.

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Segundo uma nota da Carris, devido a "obras de reparação de pavimento" a avenida vai estar encerrada à circulação automóvel a partir das 10h30. "Simultaneamente, e por decisão da Câmara Municipal de Lisboa, a Travessa do Corpo Santo estará também encerrada ao trânsito", lê-se no documento. Em alternativa, o trânsito vai ser desviado para as ruas da Alfândega e do Arsenal, no topo norte da Praça do Comércio, paralelas à Avenida Ribeira das Naus.

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Segundo uma nota da Carris, devido a "obras de reparação de pavimento" a avenida vai estar encerrada à circulação automóvel a partir das 10h30. "Simultaneamente, e por decisão da Câmara Municipal de Lisboa, a Travessa do Corpo Santo estará também encerrada ao trânsito", lê-se no documento. Em alternativa, o trânsito vai ser desviado para as ruas da Alfândega e do Arsenal, no topo norte da Praça do Comércio, paralelas à Avenida Ribeira das Naus.

Devido a estes condicionamentos, a carreira 25E da Carris vai funcionar apenas entre Santos e Campo de Ourique com autocarro; a carreira 714 altera o percurso entre Santos e Corpo Santo (só neste sentido), passando a circular pela Avenida 24 de Julho e o Cais do Sodré; o serviço nocturno e de fim-de-semana da carreira 744 funcionará apenas entre Santos e a Rua Gomes Freire; e as carreiras 728, 735, 759, 794, 206 e 210 não param na Alfândega, na Avenida Infante D. Henrique, no sentido da Praça do Comércio. A Carris prevê congestionamentos, com maiores tempos de espera ou de viagem, em todo o trajecto das carreiras que circulam naquela zona da cidade.

Em comunicado, a Câmara de Lisboa apela à “compreensão de todos” e aconselha a que seja utilizadas alternativas. Só não diz por quanto tempo. A nota não revela quando é que o trânsito reabre e a assessora de imprensa da câmara, Luísa Botinas, também não esclarece, dizendo apenas que "os trabalhos estão em fase de conclusão e estarão prontos logo que possível".

Na semana passada, o vereador com o pelouro do Urbanismo, Manuel Salgado, disse que as obras estariam concluídas “nas próximas semanas”, sem adiantar uma data.

As obras de requalificação foram divididas em duas fases. A primeira ficou concluída em Março do ano passado, permitindo a peões e ciclistas usufruir de um novo passeio e de uma rampa à beira Tejo, que evoca a praia que existiu no local. Nos dias de sol, já é habitual encontrar dezenas de pessoas deitadas na rampa à beira-rio – ou mesmo a tomar banho no Tejo. A zona requalificada foi inaugurada a 23 de Março pelo presidente da câmara, António Costa, que na altura se mostrou satisfeito por ficar finalmente restabelecido “com dignidade” o percurso entre o Cais do Sodré e o Terreiro do Paço.

Mas o pavimento recém-inaugurado não tardou a abater: um dia depois depois eram já visíveis buracos e rebaixamentos causados pela passagem de automóveis, pedras soltas e passadeiras com a tinta quase apagada. António Costa garantiu então que o empreiteiro assumiu a responsabilidade e iria reparar os buracos, o que aconteceu. Mas este Inverno voltou a deixar marcas no piso (ali como noutras zonas da cidade), que apareceu esburacado.

As obras da segunda fase começaram a 25 de Março e deveriam ter ficado prontas até ao final do ano – embora fonte da autarquia tenha dito à Lusa, nessa ocasião, que os trabalhos poderiam ficar prontos no Verão, antes das eleições autárquicas. Porém, o prazo foi derrapando.

A empreitada inclui escavações arqueológicas para repor a antiga Doca da Caldeirinha e a Doca Seca, onde eram antigamente recuperadas as naus utilizadas na época dos Descobrimentos. Prevê ainda a criação de uma área ajardinada que vai recriar as antigas rampas de varadouro. A autarquia está também a estudar a construção de um Museu dos Descobrimentos no local, segundo declarações recentes do vereador Manuel Salgado.

A requalificação da Ribeira das Naus era uma das obras a cargo da Sociedade Frente Tejo, criada pelo Governo socialista de José Sócrates para requalificar a frente ribeirinha de Lisboa. No entanto, a sociedade foi extinta antes de avançar com os trabalhos, que passaram para a alçada do município. Segundo os valores divulgados pela autarquia, o encargo ronda os dez milhões de euros, dos quais 6,5 milhões são fundos comunitários.

Notícia actualizada às 18h: acrescenta informação sobre os condicionamentos das carreiras da Carris