“Vai ser um momento de grande emoção”, disse Roberta Medina, vice-presidente executiva do festival e que só ficou a conhecer a música de Variações depois de ter chegado a Portugal. Era um “delírio em festas”.

Além da transversalidade, o que a apaixona no músico é a sua “história de vida, de liberdade e a grande ousadia. Não se vincular é algo muito legal”.

 “Não há um único artista ou não artista que não diga ‘yes’!” ao receber um convite e uma oportunidade destas, diria depois ao PÚBLICO Rui Pregal da Cunha.

“Dissemos: ‘Temos mesmo que fazer isto’”, confirmou Ana Bacalhau, dos Deolinda, quando questionada sobre a reacção da banda ao ser convidada para o projecto. A vocalista e o contrabaixista José Pedro Leitão sentem o peso da “responsabilidade de homenagear este mestre da música” e não querem perder no espectáculo nem a essência de António Variações nem a dos Deolinda.

Jaime Ribeiro, irmão de António Variações, que está todos os dias “a descobrir coisas do António”, espera "uma grande adesão do público”. A família do músico que morreu em 1984 não vai faltar e vê esta homenagem com uma “alegria imensa e muito orgulho”, diz Luizz Ribeiro, outro dos irmãos de cantor.

“Este concerto representa muito. Trinta anos depois [da sua morte] ainda se falar na dimensão do António, o rapaz que veio de Braga, o barbeiro, o artista...”.

Luizz Ribeiro contou ainda que os tributos a Variações não vão ficar por aqui, uma vez que a família pretende internacionalizar as músicas do cantor e adaptá-las para inglês, espanhol e brasileiro. Já há, aliás, um projecto dos Jigsaw, uma banda de Coimbra que traduziu para inglês os temas Estou além e Canção de engate, com lançamento previsto para breve.

No ano em que o cantor celebraria o seu 70.º aniversário esta é, segundo Roberta Medina, também uma prenda para o público pelos dez anos do Rock in Rio. E “um desafio novo": "Trazer experiências maravilhosas de encontros únicos, só existentes ali [no Palco Mundo] ”.