FIFA vai criar base de dados de mortes súbitas no futebol

Organismo quer aprofundar conhecimento sobre o fenómeno para estabelecer padrões relacionados com o futebol e adoptar medidas preventivas.

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A morte de Feher, em 2004, foi das mais mediáticas no futebol português Paulo Esteves/ASF

O objectivo é localizar e sistematizar os relatórios destes incidentes, de forma a “desenvolver medidas preventivas em todo o mundo”, afirmou o chefe médico da FIFA, Jiri Dvorak, citado pelo site do organismo.

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O objectivo é localizar e sistematizar os relatórios destes incidentes, de forma a “desenvolver medidas preventivas em todo o mundo”, afirmou o chefe médico da FIFA, Jiri Dvorak, citado pelo site do organismo.

“Aquilo que pretendemos descobrir é se existe um ‘padrão’ específico do futebol para incidentes perigosos, a partir do qual as medidas preventivas possam ser adoptadas”, explicou Tim Meyer, da Universidade do Sarre, que participa no projecto.

As causas mais conhecidas são as mortes relacionadas com problemas cardio-respiratórios, mas o projecto, financiado pela FIFA, pretende “olhar para todos os casos de morte súbita entre futebolistas”, afirmou Meyer.

A FIFA quer também verificar se existem diferenças entre regiões e entre vários escalões etários, e investigar os casos de jogadores que tenham sobrevivido a episódios deste género.

A morte súbita no futebol é um fenómeno “pouco estudado”, e aquilo que acaba por acontecer é “retirar-se da equação a correlação entre a morte e a prática desportiva”, observa Henrique Jones, contactado pelo PÚBLICO.

Para o médico da selecção nacional, a iniciativa da FIFA poderá “trazer à luz o verdadeiro impacto da morte súbita” no desporto. “Todas as semanas morrem pessoas a praticar desporto”, lembra Jones, que considera que “os dados [existentes] são insuficientes e mal estudados”.

Com a base de dados, será possível “procurar exames mais adaptados e estabelecer mecanismos de prevenção” para os atletas, diz o médico.