BE diz que eleições são oportunidade para recusar austeridade
Marisa Matias defende que uma maioria de esquerda no Parlamento Europeu é uma alternativa.
“Ao fim destes três anos, em que a austeridade foi a única política que esteve em vigor, as eleições europeias vão permitir perceber o que as pessoas querem. Se conseguem ou não viver mais 20 ou 30 anos neste modelo. Se não querem, o dia 25 de Maio é seguramente o dia em que há uma oportunidade de dar a volta, de mostrar que não queremos mais empobrecimento e que há alternativas”, afirmou Marisa Matias em Gaia, onde participou na sessão pública “Desobedecer à Europa da Austeridade!”.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
“Ao fim destes três anos, em que a austeridade foi a única política que esteve em vigor, as eleições europeias vão permitir perceber o que as pessoas querem. Se conseguem ou não viver mais 20 ou 30 anos neste modelo. Se não querem, o dia 25 de Maio é seguramente o dia em que há uma oportunidade de dar a volta, de mostrar que não queremos mais empobrecimento e que há alternativas”, afirmou Marisa Matias em Gaia, onde participou na sessão pública “Desobedecer à Europa da Austeridade!”.
Para a candidata, “se houver uma maioria de esquerda no Parlamento Europeu”, os governos da União Europeia “terão de ter uma mudança de rumo nas políticas também”. A alternativa às actuais políticas nacionais passa “pela reestruturação da dívida”, defendeu Marisa Matias.
“É necessário libertar recursos para poder investir na criação de emprego e no crescimento. A alternativa passa por colocar o desemprego no centro do problema porque é a principal fatia da despesa pública”, justificou. Mas, segundo Marisa Matias, o Governo e as instituições europeias “não têm feito nada disso”.
“As eleições europeias são a possibilidade que temos de nos colocar de pé em oposição à posição do Governo, que é de joelhos, rastejante, obediente, porque está mais interessado em salvaguardar os interesses das instituições financeiras em conjunto com as instituições europeias do que os interesses dos cidadãos em Portugal”, destacou.
Na mesma sessão, a coordenadora do BE Catarina Martins criticou o Governo por estar a preparar cortes permanentes para as pensões. “As alterações que querem introduzir à lei significam que os pensionistas, a partir de hoje, nunca saberão qual pode ser a sua pensão. Não só os cortes serão permanentes como a qualquer momento poderão existir novos cortes”, avisou.
Para a coordenadora do BE, isto corresponde à “completa precarização da vida dos mais velhos num país que já precarizou a vida dos mais novos com a precarização das condições de trabalho”. Catarina Martins referia-se à possibilidade avançada esta semana num briefing do Ministério das Finanças de o Governo vir a transformar a Contribuição Extraordinária de Solidariedade (CES) num mecanismo permanente, ajustando o valor das pensões a critérios demográficos e económicos.