Receio de Ébola leva Senegal a fechar fronteiras com a Guiné Conacri
Além de Conacri, o vírus responsável pela febre hemorrágica viral já chegou à Libéria e à Serra Leoa.
O governo senegalês decidiu no sábado fechar as fronteiras com a Guiné Conacri, depois de em dois outros países vizinhos terem também sido afectados por casos de febre hemorrágica: a Libéria, com oito casos, seis deles mortais, e a Serra Leoa, onde foram confirmadas cinco mortes entre seis casos de infecção com a doença.
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O governo senegalês decidiu no sábado fechar as fronteiras com a Guiné Conacri, depois de em dois outros países vizinhos terem também sido afectados por casos de febre hemorrágica: a Libéria, com oito casos, seis deles mortais, e a Serra Leoa, onde foram confirmadas cinco mortes entre seis casos de infecção com a doença.
“Até nova ordem” e como medida de prevenção, como indica o Ministério do Interior citado pela agência noticiosa oficial APS, o Senegal mantém fechados os pontos de passagem nas regiões de Kolda (Sul) e de Kédougou (Sudeste), por onde passam muitos comerciantes. O mercado semanal de Kolda, que atrai milhares de pessoas de países como a Guiné Conacri, Gâmbia e Guiné-Bissau, foi suspenso.
A decisão senegalesa é tomada depois de as autoridades de Conacri terem confirmado oito casos de febre hemorrágica, um deles mortal, na última semana. Todos os casos deram positivo na análise à presença do vírus de Ébola.
Segundo um comunicado do Ministério da Saúde da Guiné Conacri e a Organização Mundial de Saúde, desde Janeiro, foram registados no país 111 casos suspeitos de Ébola, tendo 70 deles resultado na morte do doente, o que equivale a uma “taxa de letalidade de 63%”. As zonas de Guéckédou e Macenta, no Sul da Guiné, são as mais afectadas.
O Ébola, que se transmite entre humanos através do contacto com o sangue das hemorragias que causa nos doentes, mata até 90% dos infectados. Foi reconhecida pela primeira vez em 1976 na actual República Democrática do Congo, tendo recebido este nome por causa do rio Ébola, um afluente do rio Congo. Conhecem-se até agora cinco estirpes distintas do vírus, sendo que algumas são muito mais agressivas. O vírus dissolve literalmente os órgãos internos dos doentes, que perdem sangue até pelos olhos e ouvidos e acabam, em geral, por morrer de choque ou paragem cardíaca.