Chipre acaba com limites aos levantamentos bancários
O país continua com as restrições de saída de capital, que deverão ser levantadas até ao fim do ano.
De acordo com um comunicado do ministro cipriota das Finanças, Haris Georgiades, a decisão foi possível porque já foram alcançadas algumas das metas definidas num plano de recuperação do sector bancário. Estre estes objectivos concretizados está a fusão de um conjunto de pequenos bancos, que tinham recebido dinheiro do resgate de 10.000 milhões de euros, emprestados pela troika. “Com a estabilização geral e a recuperação da confiança no sistema bancário, é possível aliviar mais as restrições”, afirmou o governante.
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De acordo com um comunicado do ministro cipriota das Finanças, Haris Georgiades, a decisão foi possível porque já foram alcançadas algumas das metas definidas num plano de recuperação do sector bancário. Estre estes objectivos concretizados está a fusão de um conjunto de pequenos bancos, que tinham recebido dinheiro do resgate de 10.000 milhões de euros, emprestados pela troika. “Com a estabilização geral e a recuperação da confiança no sistema bancário, é possível aliviar mais as restrições”, afirmou o governante.
Para além do fim do tecto aos levantamentos, os habitantes de Chipre poderão agora abrir novas contas bancárias e passam também a estar autorizados a fazer transferências até 50 mil euros por mês, sem terem de apresentar documentos justificativos – antes, este valor era de 20 mil euros. Para as empresas, o limite de transferências passa a ser de 200 mil euros, o dobro do que até aqui. Os clientes dos bancos passam ainda a poder resgatar os depósitos antes do final do prazo.
O país, no entanto, continua a restringir a saída de capitais para o estrangeiro, uma medida inédita na União Europeia. As autoridades cipriotas já afirmaram que pretendem acabar com esta medida até ao final deste ano.
Há um ano, com bancos perto da falência, o pequeno país na periferia de Europa viu-se forçado a decretar um encerramento bancário, que durou 13 dias. Nesse período, e com notícias de cortes nos depósitos a circular, as pessoas acorreram às caixas automáticas para levantar dinheiro, que se tornava um bem escasso, e tiveram de ser impostos limites aos levantamentos.
A reestruturação do sector bancário que se seguiu implicou o desmantelamento do falido banco Laiki (também conhecido como o Banco Popular de Chipre), cujos activos saudáveis e dívidas passaram para o Banco de Chipre. Os depositantes tiveram de contribuir para a operação, com parte do dinheiro dos depósitos acima dos 100 mil euros (o montante protegido pelas normas europeias) a ser convertido em acções dos bancos. No caso do Laiki, os clientes ficaram sem a totalidade dos fundos acima do valor protegido. No caso dos depositantes no Banco de Chipre, o corte foi de 37,5%.