Coreia do Norte lança dois mísseis de médio alcance

Os Nodong, diz Seul, podem atingir o Japão, a Rússia e a China.

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Há quatro anos uma corveta do Norte afundou um navio do SUl e morreram 47 marinheiros Kim Hong-Ji/Reuters

Estes testes acontecem depois de uma séria de lançamentos de mísseis de curto alcance nas últimas semanas — uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas proíbe a Coreia do Norte de realizar qualquer ensaio de mísseis balísticos. Pyongyang defendeu os lançamentos argumentando que está a realizar exercícios de defesa.

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Estes testes acontecem depois de uma séria de lançamentos de mísseis de curto alcance nas últimas semanas — uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas proíbe a Coreia do Norte de realizar qualquer ensaio de mísseis balísticos. Pyongyang defendeu os lançamentos argumentando que está a realizar exercícios de defesa.

Os Nodong são mísseis de médio alcance e podem atingir alvos a mil e a 1500 quilómetros de distância. Seul diz que estes dois, lançados nas primeiras horas de quarta-feira por Pyongyang, viajaram 650 quilómetros antes de caírem no mar do Japão.

Os lançamentos coincidiram com o quarto aniversário do afundamento, acidental como foi determinado a nível oficial, de um navio sul-coreano. E ocorreram pouco depois de o Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ter reunido com a chefe de Estado sul-coreano, Park Geun-hye, e com o primeiro-ministro japonês Shinzo Abe na cimeira sobre o nuclear, em Haia.

Os EUA condenaram Pyongyang e uma fonte do Departamento de Estado, citada pela BBC, comentou que a decisão das autoridades norte-coreanas significa uma "escalada provocadora e inquietante". "Pedimos à Coreia do Norte que não realize mais acções ameaçadoras", pediu a porta-voz do Departamento de Estado Marie Harf.

O porta-voz do Ministério da Defesa da Coreia do Sul também classificou os lançamentos, sobretudos dos mísseis de médio alcance Nodong, de "grande provocação". "Estes mísseis têm capacidade para atingir não só o Japão mas também a Rússia e a China", disse o porta-voz Kim Min-seok. "Estamos coordenados com os nossos aliados, incluindo o Conselho de Segurança das Nações Unidas, de forma a que sejam tomadas as medidas necessárias de resposta a esta provocação à segurança global que foi levantada pelo programa de mísseis balísticos e nucleares da Coreia do Norte".

Nas últimas semanas, e ao mesmo tempo que a Coreia do Sul realizava as manobras militares anuais com os Estados Unidos ao largo da península coreana — Pyongyang considerou-as uma preparação para a invasão —, a Coreia do Norte realizou ensaios com mísseis de curto alcance. Mas desde 2009 que não disparava um míssil Nodong (antes dessa data tinha feito disparos com mísseis de médio alcance em 2006).

A Coreia do Norte já realizou também três ensaios nucleares, o mais recente em Fevereiro de 2013. Está a desenvolver um míssil que os especialistas dizem poder alcançar os Estados Unidos, mas ainda não conseguiu miniaturizar uma arma nuclear de forma a poder ser transportada num míssil, dizem os especialistas ouvidos pela BBC.