PS exige transparência ao Governo sobre novo ciclo de austeridade

Socialistas dizem que há dois mil milhões de cortes acordados com a troika para 2015.

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Eurico Brilhante Dias diz que o Governo adia anúncio de novo ciclo de austeridade para depois das eleições europeias Enric-Vives Rubio

"Não é altura de nos escondermos, é altura de parar com os cortes, de deixar de escavar o buraco da austeridade e de sermos claros. Se vão cortar, digam com transparência, não guardem para depois das eleições mais austeridade", afirmou Eurico Brilhante Dias.

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"Não é altura de nos escondermos, é altura de parar com os cortes, de deixar de escavar o buraco da austeridade e de sermos claros. Se vão cortar, digam com transparência, não guardem para depois das eleições mais austeridade", afirmou Eurico Brilhante Dias.

Em conferência de imprensa, na sede do PS, em Lisboa, o secretário nacional do partido afirmou que "o Governo prepara-se para aplicar um novo ciclo de austeridade e, mais uma vez, os portugueses sabem pelos jornais, por fugas de informação, por presumíveis porta-vozes oficiosos do Governo".

"Este é o momento e o Governo não deve fugir, exige-se que não fuja", insistiu.

"O Governo contratualizou com a ‘roika mais de 2 mil milhões de euros de cortes, de austeridade, em 2015. Hoje sabe-se que serão 2 mil milhões, é isso que está inscrito no décimo relatório de avaliação regular do nosso programa de assistência económica e financeira", disse.

Eurico Brilhante Dias colocou três perguntas: "Em que áreas, em que sectores vão ser estes cortes de 2 mil milhões de euros? Segundo, quais os cortes já feitos em 2011, 2012, 2013 que passarão de transitórios a definitivos?"

"Terceiro, este fim de semana os funcionários públicos foram tomados de assalto mais uma vez por uma notícia, num semanário, que fala de mais um corte de 5% das remunerações da função pública. É urgente esclarecer estes milhares de portugueses, as famílias destes milhares de portugueses se este corte vai avançar", desafiou.

No sábado, o semanário Expresso noticiou que os funcionários públicos poderão perder mais 5% do rendimento em 2015, com a entrada em vigor das novas tabelas salariais e de suplementos, embora o jornal sublinhe que se trata de uma hipótese e que não há ainda uma decisão fechada.

No mesmo dia, à noite, no seu espaço de comentário, na SIC, o ex-líder do PSD Marques Mendes disse que o Conselho de Ministros já começou a discutir o Documento de Estratégia Orçamental para 2015, no qual constam os cortes do próximo ano.

"Já há um número. Os cortes em 2015 vão oscilar entre os 1,5 e 1,7 mil milhões de euros", afirmou.

Marques Mendes disse que este é ainda um primeiro número, mas considerou que as restrições orçamentais ficarão abaixo do que tem sido veiculado pela imprensa, dois mil milhões de euros.

"Acredito que se aproximará dos 1,7 mil milhões. É um esforço grande que tem de ser feito", afirmou.