Bloco diz que é "exigência democrática" divulgar onde serão os cortes antes das eleições
Para João Semedo, austeridade e crescimento económico são incompatíveis. O bloquista alerta para o facto de, mesmo depois da saída da troika, a austeridade continuar a fazer parte da política do Governo.
Em Guimarães, à margem de uma visita ao laboratório 3B´s da Universidade do Minho, João Semedo acusou o Governo de "esconder" onde pretende efectuar cortes na despesa pública e de ter a intenção de continuar com a austeridade mesmo depois de terminado o plano de ajuda a Portugal.
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Em Guimarães, à margem de uma visita ao laboratório 3B´s da Universidade do Minho, João Semedo acusou o Governo de "esconder" onde pretende efectuar cortes na despesa pública e de ter a intenção de continuar com a austeridade mesmo depois de terminado o plano de ajuda a Portugal.
O líder bloquista realçou ainda que o BE tem uma "alternativa diferente" aos cortes e à austeridade para que Portugal entre num ciclo de crescimento económico.
"A exigência democrática quer se pode fazer é que, antes das eleições europeias, o Governo divulgue com rigor onde vai cortar para que os portugueses saibam exactamente o que se vai passar neste país, quais são as intenções deste Governo e quais são as alternativas", apontou.
João Semedo comentava assim o que o ex-líder do PSD Marques Mendes disse, sábado no seu espaço de comentário na SIC, sobre o Conselho de Ministros já ter começado a discutir o Documento de Estratégia Orçamental para 2015, no qual constam os cortes do próximo ano. "Já há um número. Os cortes em 2015 vão oscilar entre os 1,5 e 1,7 mil milhões de euros", afirmou Marques Mendes.
Para o BE, o comentador revelou um "segredo de polichinelo" uma vez que, explicou, toda a gente o sabe, basta fazer as contas".
No entanto, Semedo exige que Passos Coelho clarifique onde se vão dar os cortes. "A troika vai embora mas vai deixar mais cortes e austeridade. O próprio Governo não o esconde embora esconda onde vai fazer esses cortes", acusou.
Segundo o líder do Bloco, "se o défice das contas públicas tiver que se reduzir em 4 por cento em 2014 para 2,5 do PIB em 2015 significa que tem que haver um reequilíbrio das contas públicas no valor de 2,4 mil milhões de euros" o que, disse, "significa mais cortes".
Cortes estes que para os bloquistas serão "cortes em salários, nas pensões, nos serviços públicos, aquilo que o Governo tem feito e a única coisa que sabe fazer".
O BE, garantiu Semedo, "tem uma alternativa diferente dos cortes e da austeridade que é a reestruturação da divida" que, explanou, é a "única forma possível de canalizar para o investimento na economia aquilo que são as receitas do Estado e não para pagar os juros dos credores".
Semedo alertou ainda que a austeridade é "incompatível com o crescimento económico" mas que não irá terminar com a saída da troika do país. "Vai haver mais austeridade e é essa a intenção do Governo, mesmo depois da saída da troika", disse.