CP prolonga o aluguer de automotoras espanholas que estão no Douro e Minho

Empresa pública vai continuar a alugar automotoras a Espanha até a Refer electrificar mais linhas.

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Paulo Ricca

Uma equipa de técnicos portugueses esteve recentemente em Espanha para avaliar a possibilidade de alugar mais material circulante. A CP já tem desde há quatro anos 17 automotoras espanholas afectas às linhas do Douro e do Minho, pelas quais paga 4,3 milhões de euros por ano. O contrato termina no fim deste ano, mas a empresa tenciona fazer a sua extensão por um prazo ainda a definir porque, por parte da Refer, não são conhecidas as datas em que se prevê avançar com as electrificações das linhas onde ainda não circulam comboios eléctricos: Douro, Minho, Oeste e Algarve.

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Uma equipa de técnicos portugueses esteve recentemente em Espanha para avaliar a possibilidade de alugar mais material circulante. A CP já tem desde há quatro anos 17 automotoras espanholas afectas às linhas do Douro e do Minho, pelas quais paga 4,3 milhões de euros por ano. O contrato termina no fim deste ano, mas a empresa tenciona fazer a sua extensão por um prazo ainda a definir porque, por parte da Refer, não são conhecidas as datas em que se prevê avançar com as electrificações das linhas onde ainda não circulam comboios eléctricos: Douro, Minho, Oeste e Algarve.

Como entretanto o material Diesel da CP está nos limites, a empresa espera alugar mais cinco automotoras espanholas, alem das 17 actuais. O objectivo é afectá-las à linha do Oeste onde a empresa possui veículos que datam dos anos 50 do século passado, como é o caso das automotoras Allan, de origem holandesa.

A decisão de estender o prazo de aluguer das 17 composições espanholas tropeça, porém, num problema que é a necessidade de estas fazerem a chamada “revisão da meia vida”, que envolve custos razoáveis.

É que, apesar das automotoras da Renfe serem melhores do que as da CP, também são velhas e nem sequer circulam já em Espanha. E uma manutenção pesada como a que agora lhes é exigida (estão também em fim de vida) só se justifica se estas continuarem a circular por mais dez anos.

A alternativa é alugar outro tipo de material espanhol, mais moderno, mas também mais caro. A equação não tem outras soluções porque a CP não acede a um verdadeiro mercado de aluguer de comboios devido ao problema da bitola (distância entre carris), que é igual em Portugal e Espanha, mas diferente no resto da Europa.

Celta vai parar em Viana e Valença
As negociações que têm decorrido entre as duas operadoras públicas ferroviárias abordaram também a lei de paragens do comboio Celta que, desde Julho do ano passado, liga o Porto a Vigo em duas horas e 15 minutos sem efectuar paragens (comerciais). Uma situação que não agrada aos autarcas das cidades minhotas nem ao Eixo Atlântico que insiste que aquele comboio rápido deveria parar em Nine (que dá ligação ao ramal de Braga), Barcelos e Viana do Castelo.

A CP e a Renfe, porém, só estarão dispostas a fazer paragens comerciais em Viana e Valença. Curiosamente, este comboio até já pára nestas estações, mas apenas por motivos técnicos a fim de efectuar cruzamentos porque a linha é de via única. No entanto, os passageiros não podem sair nem entrar.

O PÚBLICO pediu à CP a evolução da procura do comboio Celta desde a sua entrada em circulação, bem como as receitas e despesas da sua exploração, mas a empresa pública não quis divulgar estes dados, escusando-se a explicar o porquê da recusa.