O Sonho de Wadjda
A história da miúda pespineta que não pára para garantir que vai conseguir a bicicleta com que sonha podia ser tirada de um dos modernos filmes iranianos sobre a infância (Kiarostami ou Ghobadi vêm à cabeça). E é coisa contada pela saudita Haifaa al-Mansour de modo bem menos sisudo, com o charme irresistível da jovem heroína Waad Mohammed a emprestar-lhe muito charme. Mas isso não chega para fazer de O Sonho de Wadjda, fábula amável e simpática, o grande filme que o seu estatuto de obra dirigida por uma mulher num país fundamentalistamente patriarcal parece convocar. É fita honesta e modesta, mas tolhida por uma rigidez decorrente certamente mas não só das condições de trabalho, que não consegue sustentar o “peso” contextual que lhe é colocado em cima.
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A história da miúda pespineta que não pára para garantir que vai conseguir a bicicleta com que sonha podia ser tirada de um dos modernos filmes iranianos sobre a infância (Kiarostami ou Ghobadi vêm à cabeça). E é coisa contada pela saudita Haifaa al-Mansour de modo bem menos sisudo, com o charme irresistível da jovem heroína Waad Mohammed a emprestar-lhe muito charme. Mas isso não chega para fazer de O Sonho de Wadjda, fábula amável e simpática, o grande filme que o seu estatuto de obra dirigida por uma mulher num país fundamentalistamente patriarcal parece convocar. É fita honesta e modesta, mas tolhida por uma rigidez decorrente certamente mas não só das condições de trabalho, que não consegue sustentar o “peso” contextual que lhe é colocado em cima.