Primavera a 21 de Março? Não, esta quinta-feira, 20, às 16h57
Até 2050, o início da estação das flores e das alergias será quase sempre no dia 20 e duas vezes no dia 19.
É esta a data e a hora exacta em que este ano se assinala o equinócio da Primavera no país. Neste preciso momento, o Sol estará a cruzar o chamado equador celeste, isto é, a projecção do plano equatorial da Terra no espaço. O equinócio da Primavera está associado a outra característica mais fácil de se compreender: marca a data em que o dia e a noite têm a mesma duração, ou seja, 12 horas.
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É esta a data e a hora exacta em que este ano se assinala o equinócio da Primavera no país. Neste preciso momento, o Sol estará a cruzar o chamado equador celeste, isto é, a projecção do plano equatorial da Terra no espaço. O equinócio da Primavera está associado a outra característica mais fácil de se compreender: marca a data em que o dia e a noite têm a mesma duração, ou seja, 12 horas.
Nada disso, no entanto, é tão simples assim. A começar pela data. Os equinócios da Primavera não distam no tempo por um número exacto de dias. Na verdade, são 365 dias, cinco horas, 48 minutos, 45 segundos e duas décimas. “A conta do ano civil não consegue bater exactamente com o período entre os equinócios”, diz Rui Jorge Agostinho, director do Observatório Astronómico de Lisboa.
Além disso, há que contar também com alterações naturais no eixo da Terra. Com tudo isto, é impossível fixar uma data exacta para o começo da Primavera. “O verdadeiro cálculo não está ligado matematicamente ao dia 21 de Março”, acrescenta Rui Agostinho.
Na verdade, o começo da Primavera tem ocorrido sobretudo no dia 20 e assim será ainda com maior frequência no futuro. Desde 2000, somente em 2003 e 2007 é que o equinócio da Primavera ocorreu no dia 21 de Março. E até 2050 isto não voltará a acontecer. Pelo contrário, em 2044 e 2048 a Primavera chegará no dia 19 de Março.
Também a ideia de que o equinócio é o momento em que a noite dura o mesmo que o dia tem as suas nuances. Rui Agostinho explica que há duas formas de se medir quando o Sol nasce e se põe. Para o cálculo dos equinócios, a referência é ponto central da esfera que é o astro-rei.
Mas para as tabelas legais produzidas pelo Observatório Astronómico de Lisboa o que conta é a ocasião em que os primeiros ou últimos raios solares tocam directamente o chão. E estes instantes são assinalados pelo ponto superior do Sol, ou seja, o amanhecer é o momento exacto em que se vê a primeira pontinha de Sol no horizonte, e vice-versa para o ocaso.
Pelas tabelas do observatório, a noite igual ao dia já passou. “Foi há dois dias”, diz Rui Agostinho. No domingo, o Sol nasceu às 6h46 e pôs-se às 18h45, e a noite para segunda-feira terminou às 6h44.
E, mesmo medindo-se a duração dos dias pela matemática do equinócio, o raciocínio não é tão imediato. É preciso contar 12 horas para frente e 12 horas para trás a partir do momento exacto do equinócio – este ano, às 16h57 – para se obter uma soma equivalente de luz e escuridão.
Agora, os dias continuarão a crescer até 21 de Junho, data do solstício de Verão. Antes disso, já a 30 de Março, muda a hora e os relógios avançam 60 minutos quando for 1h da manhã.