PME recorrem menos à banca para financiar entrada em novos mercados
Capital de risco e business angels são instrumentos cada vez mais usados pelas pequenas e novas empresas.
Cerca de 60% preferem usar o seu próprio dinheiro para investir na internacionalização e apenas 5% recorrem à banca. Ao mesmo tempo, 30% também conseguem obter fundos através do capital de risco, 25% captam dinheiro dos business angels (empresários individuais que investem num negócio) e 10% valem-se dos apoios estatais.
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Cerca de 60% preferem usar o seu próprio dinheiro para investir na internacionalização e apenas 5% recorrem à banca. Ao mesmo tempo, 30% também conseguem obter fundos através do capital de risco, 25% captam dinheiro dos business angels (empresários individuais que investem num negócio) e 10% valem-se dos apoios estatais.
Os resultados do inquérito (realizado entre Fevereiro e Março) e, sobretudo, a preferência pelos fundos próprios, surpreenderam Marta Miraldes, directora-geral da SBI Consulting. “Há muitas empresas que recorrem ao que geraram internamente para sustentar estas estratégias de internacionalização”, afirma, acrescentando que as organizações estão a “tentar ver como conseguem ser mais competitivas com meios internos”.
Pedir um empréstimo à banca é uma solução mais usada para gerir a tesouraria ou despesas de curto prazo, continua. E na hora de usar as verbas próprias, as empresas tendem a controlar mais os gastos. “Quando usamos o próprio dinheiro para qualquer tipo de investimento somos mais cuidados e contamos mais os tostões”, diz Marta Miraldes.
O inquérito mostra ainda que para 65% destes empresários a internacionalização faz parte da estratégia inicial e, para a maioria, não é uma reacção à crise do mercado interno. Apenas 20% admitiram ter começado a olhar além de Portugal com a travagem do consumo. E no primeiro ano de actividade, 55% dos empresários arrancaram com a expansão fora de portas.
Marta Miraldes garante que a “questão da internacionalização já não volta atrás”. Mesmo que a retoma anime o consumo interno, as empresas abriram horizontes e as novas, recém-criadas, “já nascem com essa estratégia, pensada e direccionada”. “Há empresas que nem sequer trabalham com o mercado nacional. Usam-no para testar, já que o risco e os custos são menores. Temos recursos humanos altamente qualificados e a preços mais baixo”, descreve.
Quando entram em novas geografias, a promoção dos produtos e serviços no mercado de destino é “muito difícil” para 60% dos inquiridos. Ter contactos adequados ou compreender o contexto fiscal são outros dos desafios. No lado oposto, obter informação sobre o mercado de destino é a parte mais fácil do processo.
Os inquiridos operam na área das Tecnologias da Informação, comércio electrónico, turismo, franchising, indústria e sector financeiro.