Ordem dos Médicos e associação de doentes contestam sedação em colonoscopias proposta pelo ministério
Ministério da Saúde lembra que sedação realizada por gastrenterologistas é feita há anos em Portugal.
Um despacho divulgado na semana passada prevê que todas as colonoscopias realizadas no Serviço Nacional de Saúde (incluindo as que são feitas nas unidades convencionadas com o Estado) passem a ser feitas com sedação, de maneira a reduzir os receios na realização deste tipo de exame. O diploma foi divulgado dois meses depois de ser conhecido o caso de uma doente que esperou dois anos para fazer uma colonoscopia num hospital público.
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Um despacho divulgado na semana passada prevê que todas as colonoscopias realizadas no Serviço Nacional de Saúde (incluindo as que são feitas nas unidades convencionadas com o Estado) passem a ser feitas com sedação, de maneira a reduzir os receios na realização deste tipo de exame. O diploma foi divulgado dois meses depois de ser conhecido o caso de uma doente que esperou dois anos para fazer uma colonoscopia num hospital público.
Mas a Ordem dos Médicos defende que a sedação proposta, feita por gastrenterologistas em vez de anestesistas, pode pôr em risco os doentes. A realização de sedação por gastrenterologista é “desaconselhável porque o médico deve estar concentrado na realização do exame e não com a preocupação acrescida de administração de fármacos que podem desencadear complicações graves e que devem ser utilizados por outro profissional presente, com formação em anestesiologia”, justifica o colégio da especialidade de gastrenterologia da OM, em comunicado.
Considerando infundados estes receios, o Ministério da Saúde recorda que a sedação realizada por gastrenterologistas nas colonoscopias faz-se há anos em Portugal. “A sedação realizada por gastrenterologistas está disponível na tabela de nomenclaturas e preços do Serviço Nacional de Saúde (SNS) desde 2007, tendo sido validada pela Ordem dos Médicos”, sublinhou a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), em nota enviada à comunicação social.
O preço a praticar para a colonoscopia a partir de 1 de Abril nas unidades com convenções com o SNS contempla esta possibilidade, mas “mantém-se a possibilidade do exame ser realizado sem sedação”, lembra a ACSS. Este preço, acrescenta, representa “um enorme esforço orçamental do Ministério da Saúde na resolução de uma dificuldade crónica de acesso ao exame e à detecção precoce do cancro colo-rectal”. A Direcção-Geral da Saúde ainda vai elaborar, até ao final deste mês, as normas que orientarão a realização destes exames no Serviço Nacional de Saúde, recorda também a ACSS.