Saturação e empobrecimento levam portugueses a contribuir menos em peditórios
A Cáritas atendeu mais de 52 mil pessoas em 2013. Mas recebeu menos dinheiro. Na próxima semana arranca novo peditório.
Eugénio Fonseca explicou que há cerca de mil mealheiros para serem distribuídos por voluntários e adiantou que o que for angariado reverte para ajudar a minorar as muitas carências de milhares de famílias. “Infelizmente, nos últimos anos, neste contexto de crise e de auxílio às pessoas que têm sido mais vítimas das medidas onerosas que a crise tem criado, as pessoas estão a ficar saturadas de tantas solicitações que vêm das mais variadas partes e compreendo que possa haver essa saturação, porque quando se entra na normalização deste tipo de coisas, pode-se também cair no esquecimento e até na indiferença.”
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Eugénio Fonseca explicou que há cerca de mil mealheiros para serem distribuídos por voluntários e adiantou que o que for angariado reverte para ajudar a minorar as muitas carências de milhares de famílias. “Infelizmente, nos últimos anos, neste contexto de crise e de auxílio às pessoas que têm sido mais vítimas das medidas onerosas que a crise tem criado, as pessoas estão a ficar saturadas de tantas solicitações que vêm das mais variadas partes e compreendo que possa haver essa saturação, porque quando se entra na normalização deste tipo de coisas, pode-se também cair no esquecimento e até na indiferença.”
O presidente da Cáritas disse ter receio que possa haver uma diminuição no valor angariado também porque as pessoas “estão cada vez mais empobrecidas”. “Mas o povo também nos tem surpreendido”, disse ainda. “E quando achamos que as coisas vão ser assim, surpreende-nos com uma generosidade que não estávamos a pensar que poderia ser tão expressiva.”
Unidos no Amor, Juntos contra a fome é o tema deste ano da semana nacional da Cáritas portuguesa, que se assinala de 17 a 23 de Março e engloba o peditório, que decorre entre os dias 20 a 23 e que está relacionado com a campanha internacional de luta contra a fome Uma só família humana, alimento para todos, promovida pela Cáritas internacional.
Eugénio Fonseca aproveitou para deixar o pedido a todos os portugueses para que sejam receptivos se forem abordados por algum voluntário da Cáritas, lembrando que também não é fácil andar na rua a pedir. “Esta é uma actividade anual, mas que se repercute pelo ano inteiro e é tão bom sabermos que não estamos sozinhos nesta luta de ajudar quem vive às vezes adversidades tão dolorosas.”
Segundo o presidente da Cáritas portuguesa, a campanha internacional prolonga-se pelos próximos dois anos. Objectivo: “Criar um dinamismo de sensibilização que leve a que em 2025 possamos ter condições para erradicar a fome no mundo.”
Durante a semana nacional, a Cáritas vai desenvolver várias actividades, entre colóquios, exposições e acções de sensibilização para os problemas das pessoas mais pobres.
Segundo informação da organização, em 2013, a Cáritas atendeu mais de 52 mil pessoas. O peditório público desse ano angariou perto de 297 mil euros (296.126,38 euros), menos 2.139,75 euros do que em 2012.