Líder do PCP diz que anunciada saída limpa "é uma fraude"
Para Jerónimo de Sousa, o documento dos 74 vem tarde.
."Anunciam a possibilidade de uma saída limpa do pacto de agressão e, em última instância, com um programa cautelar que apresentam como um mal menor. Querem fazer crer que o país, finalmente, fica liberto das garras impositivas da União Europeia e do FMI, mas o que anunciam é uma fraude", disse o líder comunista no comício comemorativo do 93.º aniversário do PCP.Jerónimo de Sousa frisou que a "fraude" fica a descoberto pelas declarações do Presidente da República que, sem o pretender, vem anunciar um período de 20 anos de severa austeridade, em nome da redução da dívida e do défice, confirmando que não há saídas limpas no pós-'troika' com o actual Governo.
A propaganda dos sinais positivos e do consenso visa, momentaneamente, ganhos eleitorais e preparar o terreno para novas medidas de austeridade que querem eternizar, disse.
O líder comunista relembrou que os repetidos apelos ao consenso não têm por objetivo resolver os problemas do país, mas salvaguardar os interesses do grande capital nacional e internacional.
"O consenso para acorrentar o país a uma pobreza por muitos e longos anos", afirmou.
E, acrescentou: "É isso que quer Cavaco Silva com os seus apelos ao consenso. É isso que Merkel quer, que o FMI e os megabancos querem, que Durão Barroso quer, que Passos Coelho clama."
Jerónimo de Sousa garantiu que o PCP não está disponível para fazer consensos para prosseguir o programa de "terrorismo social" a que os portugueses têm sido sujeitos nos últimos anos.
"Não é por acaso que o falador e mexido Paulo Portas que pôs um relógio a trabalhar a anunciar o fim do protetorado ande agora tão calado e, possivelmente, vai ter de dar mais corda ao relógio e, qualquer dia, mais corda aos sapatos quando for demitido, conjuntamente, com o Governo", disse.
Anunciam-se sucessos, escondendo que significam mais "pancada" em cima dos mesmos, ressalvou o comunista.
Por esse motivo, o secretário-geral do partido entendeu que a dimensão da crise económica e social e aumento das injustiças exigem o redobrar dos esforços para ampliar e dinamizar a luta dos trabalhadores.
O PCP não desistirá de lutar pela demissão do Governo PSD/CDS que leva cada vez mais longe a "política de massacre", garantiu.
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."Anunciam a possibilidade de uma saída limpa do pacto de agressão e, em última instância, com um programa cautelar que apresentam como um mal menor. Querem fazer crer que o país, finalmente, fica liberto das garras impositivas da União Europeia e do FMI, mas o que anunciam é uma fraude", disse o líder comunista no comício comemorativo do 93.º aniversário do PCP.Jerónimo de Sousa frisou que a "fraude" fica a descoberto pelas declarações do Presidente da República que, sem o pretender, vem anunciar um período de 20 anos de severa austeridade, em nome da redução da dívida e do défice, confirmando que não há saídas limpas no pós-'troika' com o actual Governo.
A propaganda dos sinais positivos e do consenso visa, momentaneamente, ganhos eleitorais e preparar o terreno para novas medidas de austeridade que querem eternizar, disse.
O líder comunista relembrou que os repetidos apelos ao consenso não têm por objetivo resolver os problemas do país, mas salvaguardar os interesses do grande capital nacional e internacional.
"O consenso para acorrentar o país a uma pobreza por muitos e longos anos", afirmou.
E, acrescentou: "É isso que quer Cavaco Silva com os seus apelos ao consenso. É isso que Merkel quer, que o FMI e os megabancos querem, que Durão Barroso quer, que Passos Coelho clama."
Jerónimo de Sousa garantiu que o PCP não está disponível para fazer consensos para prosseguir o programa de "terrorismo social" a que os portugueses têm sido sujeitos nos últimos anos.
"Não é por acaso que o falador e mexido Paulo Portas que pôs um relógio a trabalhar a anunciar o fim do protetorado ande agora tão calado e, possivelmente, vai ter de dar mais corda ao relógio e, qualquer dia, mais corda aos sapatos quando for demitido, conjuntamente, com o Governo", disse.
Anunciam-se sucessos, escondendo que significam mais "pancada" em cima dos mesmos, ressalvou o comunista.
Por esse motivo, o secretário-geral do partido entendeu que a dimensão da crise económica e social e aumento das injustiças exigem o redobrar dos esforços para ampliar e dinamizar a luta dos trabalhadores.
O PCP não desistirá de lutar pela demissão do Governo PSD/CDS que leva cada vez mais longe a "política de massacre", garantiu.
Por outro, lado, ao festejar o aniversário do PCP no Porto, Jerónimo de Sousa afirmou que o manifesto para a reestruturação da dívida pública subscrito por 74 personalidades é "tardio", mas vem confirmar a necessidade "urgente" da renegociação da dívida e a ruptura com o actual rumo político. E salientou que o manifesto conclui a necessidade "imediata" de o país renegociar a sua dívida pública, reconhecendo a natureza insustentável da dívida e as consequências devastadoras que lhe estão associadas."Uma renegociação que, para o PCP, deve ser assumida por iniciativa do Estado português, na plenitude do direito soberano da salvaguarda dos interesses do país e do povo, assente num serviço de dívida compatível com o crescimento económico e a promoção do emprego, tendo como objetivo a sustentabilidade da dívida no médio e longo prazo", referiu.
O documento, divulgado na terça-feira pelo PÚBLICO, considera que a dívida pública de Portugal é insustentável e que não permite ao país crescer, defendendo uma reestruturação que deve ocorrer no quadro europeu. Na quarta-feira, o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, disse que o assunto "está totalmente fora de questão" e acusou os subscritores de serem "os mesmos que falavam na espiral recessiva".
O líder comunista realçou que as manifestações até agora conhecidas do Governo sobre o manifesto, pela voz do primeiro-ministro, e do PS, secundadas pelo Presidente da República, põem a nu, não apenas o seu profundo compromisso e identidade política com a `troika´ e o "pacto de agressão" que em conjunto subscreveram, mas a intenção de levar ainda mais longe, para lá dos limites do abuso, o "sugar" dos salários e das reformas.
"Pedro Passos Coelho e o Presidente da República vieram muito preocupados porque os mercados, esse bezerro de ouro que eles estão permanentemente a adorar, se podiam assustar, então ele não tem medo que o povo português, os desempregados, os que foram conduzidos à ruína, os que estão hoje estão na pobreza, não está preocupado com esse susto e esse drama de milhões de portugueses", frisou.
Por esse motivo, o comunista defendeu a renegociação da dívida, de toda a dívida, nos seus montantes, juros e prazos de pagamento, para relançar a economia e promover o emprego. O líder do PCP pediu ainda a demissão do Governo e exigiu eleições antecipadas para travar o "processo de espoliação" do povo e de "afundamento" do país.
Os últimos três anos são o período "mais negro" da vida democrática porque são anos de destruição do tecido produtivo, aumento sistemático da exploração do trabalho, ataque "ininterrupto" aos salários, reformas e pensões e violação dos direitos constitucionais, opinou o líder comunista.