OCDE suspende adesão da Rússia e reforça laços com a Ucrânia
Processo, iniciado em 2007, foi adiado por causa da crise na Crimeia.
Num comunicado publicado nesta quinta-feira, a OCDE avança que "as actividades relacionadas com o processo de adesão da Federação Russa foram adiadas", sem avançar qualquer motivo ou sugestão de data para o regresso às negociações.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Num comunicado publicado nesta quinta-feira, a OCDE avança que "as actividades relacionadas com o processo de adesão da Federação Russa foram adiadas", sem avançar qualquer motivo ou sugestão de data para o regresso às negociações.
Mas não será difícil adivinhar o motivo – para além da suspensão do processo de adesão da Rússia, a OCDE anuncia, no mesmo comunicado, a intenção de reforçar os laços com as novas autoridades da Ucrânia.
"Os Estados-membros acordaram também que a OCDE deve responder positivamente ao pedido da Ucrânia para fortalecer a cooperação existente entre a Ucrânia e a OCDE, para que o país possa tirar partido dos conhecimentos da OCDE, enquanto lida com as mudanças nas políticas públicas que tem pela frente", lê-se no comunicado.
O anúncio surge um mês depois de o secretário-geral da OCDE, o mexicano Ángel Gurría, ter afirmado, durante uma visita a Moscovo, que as condições para a adesão da Rússia à OCDE estavam "suficientemente amadurecidas", apesar de salientar que era ainda necessário que o país procedesse a "algumas alterações legislativas".
Num sinal da importância para a economia russa de uma adesão à OCDE, o ministro do Desenvolvimento Económico do país, Alexei Uliukaev, descreveu a organização como "uma boa referência para os investidores", durante uma visita de trabalho aos Estados Unidos, há apenas três semanas.
"A participação [da Rússia] na OCDE significa que fazemos parte de uma família global que discute e resolve os problemas globais que todos enfrentamos. Mas também há um aspecto prático, porque a integração na OCDE é uma boa referência para os investidores. Ser-se membro da OCDE é um bom sinal para os investidores e torna mais fáceis as decisões sobre investimentos", disse Alexei Uliukaev numa entrevista ao site da rádio Voz da Rússia.
O processo de adesão da Rússia à OCDE arrasta-se há sete anos e já mereceu comentários de desagrado por parte do Presidente russo, Vladimir Putin, em várias ocasiões. O último surgiu no mês passado, aquando da visita do secretário-geral da organização a Moscovo. "Espero que isto se faça algum dia", disse na altura Putin, citado pela agência Reuters.