Ministério Público pede condenação para ama filmada a maltratar crianças
O Ministério Público pediu esta quarta-feira a condenação da ama que foi filmada a maltratar crianças numa creche ilegal, em Lisboa, por um dos dois crimes de maus-tratos pelos quais está pronunciada.
O magistrado considerou que, dos dois episódios de agressões constantes no despacho de pronúncia, apenas este ficou provado em julgamento. E recordou que a arguida confessou parcialmente os factos, tendo mostrado arrependimento e pedido desculpa aos pais e à vítima, que tinha dois anos e meio. "Confesso o facto de ter batido na criança. Peço mil perdões ao Bernardo e aos pais. Só depois de ver as imagens é que caí em mim e perguntei: 'Como é que fui capaz de fazer aquilo?' É quase impensável e ainda hoje é um pesadelo incrível que tenho", disse a mulher ao tribunal a 26 de Fevereiro.
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O magistrado considerou que, dos dois episódios de agressões constantes no despacho de pronúncia, apenas este ficou provado em julgamento. E recordou que a arguida confessou parcialmente os factos, tendo mostrado arrependimento e pedido desculpa aos pais e à vítima, que tinha dois anos e meio. "Confesso o facto de ter batido na criança. Peço mil perdões ao Bernardo e aos pais. Só depois de ver as imagens é que caí em mim e perguntei: 'Como é que fui capaz de fazer aquilo?' É quase impensável e ainda hoje é um pesadelo incrível que tenho", disse a mulher ao tribunal a 26 de Fevereiro.
O facto de o marido, que padecia de Alzheimer, ter morrido pouco tempo antes foi uma das justificações que deu para o sucedido. Explicou na altura mal conseguia comer ou dormir, e que sabia que tinha muito mais crianças à sua guarda do que as quatro que a lei lhe permitia como ama. "Mas os pais pediam-me para ficar com elas e eu não sabia dizer que não. Cheguei ao meu ponto de ruptura. Só depois de ver as imagens é que rebobinei e me questionei como é que foi possível ter chegado àquele ponto", acrescentou. Para o seu advogado, Túlio Machado, o que aconteceu foi "circunstancial" e fruto de "um momento mau".
"O relatório social demonstra que não é uma pessoa má nem com más intenções. Teve um momento de maior tensão e não se conseguiu controlar. O que aconteceu foi só uma vez na vida, que não voltará a acontecer. A arguida não precisa de ser punida para não voltar a fazer o que fez", sustentou o advogado durante as alegações finais. "Não estou à espera que seja absolvida, pois as televisões, os jornais e as rádios iam dizer que a justiça já não vê o que está à sua frente. Mas esta mulher já foi condenada a pena de prisão domiciliária durante os últimos dois anos, tempo que dura este processo. Para ela ir à rua é uma vergonha. Tenho receio de pedir a absolvição, mas se o tribunal assim entender fará justiça". A leitura da sentença ficou agendada para próxima sexta-feira.